Milhares de manifestantes são dispersados pela polícia em Bagdá

AFP

As forças de segurança iraquianas dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo milhares de manifestantes no centro de Bagdá que pretendiam seguir para a Zona Verde, onde está localizada a sede do governo, que eles invadiram duas vezes nas últimas semanas.

O primeiro-ministro Haider al-Abadi havia exortado no dia anterior seus compatriotas que planejavam protestar - como a cada sexta-feira há semanas - a desistir, num momento em que as forças de segurança lutam para recuperar das mãos do grupo Estado Islâmico (EI) a cidade de Fallujah, a oeste de Bagdá.

Seif, um manifestante de 23 anos, disse ter perdido dois irmãos na guerra contra o EI.

"Espero que as nossas forças terminem o trabalho em Fallujah".

"Mas se essas pessoas corruptas na Zona Verde não estivessem lá, não teria havido nenhuma guerra contra o Daesh", afirmou, utilizando a sigla árabe da organização radical.

Há semanas, iraquianos, em sua maioria partidários do clérigo xiita Moqtada Sadr, protestam toda sexta-feira a fim de obter a formação de um governo de tecnocratas capaz de lutar mais eficazmente contra a corrupção, o nepotismo e o clientelismo.

Nesta sexta-feira, os manifestantes ocuparam a Praça Tahrir, arrancaram o arame farpado e tentaram soltar os blocos de concreto que bloqueiam uma ponte que conduz à Zona Verde.

No início do protesto, os manifestantes ofereceram ramos de oliveira e flores para a polícia, mas a situação rapidamente se transformou e os serviços de segurança responderam com gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

A manifestação terminou com algumas pessoas levemente feridas.

Há uma semana, os manifestantes conseguiram entrar na Zona Verde pela segunda vez e ocuparam brevemente o gabinete do primeiro-ministro.

As forças de segurança, em seguida, responderam com muita firmeza e deixaram pelo menos dois mortos e dezenas de manifestantes feridos.

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