Na quinta-feira, a agência das Nações Unidas convocou um comitê de especialistas para avaliar se a epidemia da doença seria uma emergência mundial de saúde.
Depois de horas reunião, o presidente do comitê, Oyewale Tomori, anunciou que, apesar de a febre amarela não apresentar todas as condições para ser declarada emergência internacional, será necessário intensificar medidas de controle, como maior vigilância e mais políticas de vacinação.
O surto já atingiu mais de 2 mil pessoas e matou aproximadamente 300. Identificada pela primeira vez na Angola em dezembro de 2015, a doença já chegou ao Congo, à Quênia e à China. A febre amarela costuma ser comum em regiões tropicais na África e na América Latina, mas até este ano nunca havia chegado à Ásia.
Atualmente, não há nenhum tratamento para a doença transmitida por picada de mosquito. E, apesar de haver vacina, os estoques mundiais são limitados. Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares e enjôo.
A decisão da OMS de não classificar a febre amarela como emergência global foi considerada um erro por alguns especialistas. Por que esperar que a crise chegue a nós para agir?, questionou Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota.
A África é como uma lata de gasolina esperando para ser atingida pela febre amarela, disse Osterholm.
Entomologista do Instituto Pasteur de Paris, Paul Reiter descreveu a habilidade do mundo de controlar mosquitos como absolutamente nula, e alertou que a situação na África pode se transformar em uma catátrofe global. Reiter ressaltou que o mesmo mosquito que transmite febre amarela, também transmite zika e dengue - e os casos desses dois últimos também aumentaram nos últimos meses.
Não acho que deveríamos deixar de lado o potencial negativo desta epidemia, afirmou o diretor de operações do Médicos sem Fronteiras, Bart Janssens. Trata-se de uma situação muito fora do comum, completou. Segundo o diretor da organização, a febre amarela está circulando em duas capitais africanas, Luanda e Kinshasa, o que aumenta o risco de disseminação internacional.
Fonte: Associated Press..