A Grécia precisará ser liberada por um tempo do pagamento a seus credores e organizar suas finanças caso a União Europeia se recuse a reduzir sua dívida, disse nesta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"É possível restaurar a sustentabilidade da dívida sem reduzi-la embora isso signifique amplas concessões; incluindo um longo período de carência e maturidade e taxas de juros muito baixas", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice.
Rice se pronunciou em meio a negociações entre a Grécia e seus credores europeus para reduzir o tamanho da dívida do país; algo que o FMI exige para continuar contribuindo com o programa de resgate da Grécia que está em curso.
O porta-voz não deu detalhes sobre a posição do FMI que, segundo a imprensa, pediu aos credores suspender até 2040 os pagamentos do capital e dos juros da enorme dívida grega.
O alívio da dívida, algo a que vários países europeus se opõem, é uma das condições do FMI para continuar colocando recursos próprios no plano de resgate da Grécia acordado com a UE no ano passado.
O plano está paralisado há meses por divergências entre Atenas e seus credores, mas há uma reunião prevista para semana que vem, na tentativa de um acordo que permita liberar novos empréstimos.
O FMI disse estar analisando a factibilidade das reformas exigidas a Atenas para receber mais fundos e pediu aos credores europeus que proponham metas orçamentárias "realistas".
O FMI questiona especialmente a meta de superávit primário (antes do pagamento de dívida) de 3,5% do PIB em 2018 fixada pelos credores europeus. Para a entidade, essa meta implicaria tomar medidas de austeridade muito drásticas.
"Não queremos mais austeridade para a Grécia e certamente não queremos que o peso da dívida recaia sobre os pobres e os mais vulneráveis", disse Rice.