O lançamento da nave espacial russa Soyuz 2.1a, que marcará a inauguração do cosmódromo de Vostochni, foi adiado em 24 horas na manhã desta quarta-feira, anunciou a agência espacial russa Roskosmos.
"Ocorreu uma suspensão automática do lançamento no sistema de controle automatizado", explicou Igor Komarov, diretor da Roskosmos.
Esta ordem automática ocorreu "dois minutos e meio" antes da hora prevista para o lançamento, às 11H01 local (23H01 Brasília).
O foguete, que deverá colocar em órbita três satélites russos, deverá decolar agora no dia 28 de abril, às 11H01 local.
Vostochni, considerado um dos maiores projetos recentes do país, a um custo estimado em entre 4 e 5,3 bilhões de euros, foi construído no local da antiga base de mísseis soviéticos Svobodny-18.
As obras começaram em 2012 nesta vasta região pouco povoada. Cerca de 10.000 trabalhadores construíram 100 km de estradas, mais 100 km de ferrovias e uma cidade com capacidade para 25.0000 habitantes.
A principal vantagem do Vostochni é que se encontra na Rússia, o que permite a Moscou tornar-se independente do cosmódromo de Baikonur, alugado do Cazaquistão por 115 milhões de dólares anuais desde a queda da União Soviética.
O sítio de Vostochni está mais perto da linha do Equador do que a base russa instalada em Plessetsk, no norte do país, o que facilita a colocação em órbita em relação a esta plataforma.
No entanto, o novo cosmódromo está além dos 51º de latitude norte, o que penalizará a capacidade de carga útil que se pode colocar em órbita com relação a Baikonur.
Com uma superfície total de 1.000 km2, a nova base abriga, inicialmente, uma única plataforma de lançamento, destinada a foguetes Soyuz, o único atualmente utilizado para transportar humanos para a Estação Espacial Internacional.
Em 2017, começará uma segunda fase de obras para construir uma nova plataforma de lançamento especialmente reforçada para o futuro lançador pesado Angara, que deve substituir o foguete Proton, considerado muito poluente e que sofreu vários incidentes nos últimos anos.
De qualquer modo, os primeiros voos de teste com foguetes Angara não vão acontecer antes de 2021, segundo a agência espacial russa.
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