O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou neste domingo a criação de um grupo de trabalho para investigar os chamados "Panama Papers", em meio a uma forte pressão causada pela revelação de que teria tido participação em um fundo "offshore".
O grupo será dirigido de forma conjunta pelos agentes britânicos da Receita e pela Agência Nacional do Crime (NCA).
É pouco provável, porém, que o grupo consiga desviar a atenção de Cameron desde que o premiê admitiu na última terça-feira que teve ações no fundo de investimento nas Bahamas de seu falecido pai.
Foram necessários quatro confusos comunicados emitidos por seu gabinete até que o premiê britânico decidisse reconhecer que tinha participações nessa empresa instalada em um paraíso fiscal.
O grupo de trabalho investigará os arquivos vazados para identificar os clientes do escritório panamenho Mossack Fonseca, suspeitos de lavagem de dinheiro e de evasão fiscal.
"Este grupo de trabalho reunirá os melhores especialistas britânicos para enfrentar qualquer irregularidade em relação aos 'Panama Papers'", declarou Cameron, em uma nota, acrescentando que a equipe apresentará suas conclusões "no final do ano".
"Sei que deveria ter administrado melhor este assunto", admitiu o premiê neste sábado, prometendo publicar suas declarações de renda dos últimos anos, um gesto inédito por parte de um primeiro-ministro no país.
Hoje, centenas de pessoas se manifestaram em frente a Downing Street para pedir a renúncia de David Cameron.
.