O líder histórico do partido de extrema-direita francês Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, foi condenado nesta quarta-feira por dois tribunais franceses por declarações sobre as câmaras de gás, classificadas por ele de "detalhe" da história, e sobre a "presença urticante" dos ciganos.
O tribunal correcional de Paris o declarou culpado de "contestação de crime contra a humanidade" e o condenou a 30.000 euros de multa por suas declarações sobre as câmaras de gás dos campos de extermínio nazistas, classificadas por ele de "detalhe" da história da Segunda Guerra Mundial.
Os juízes rejeitaram a imunidade parlamentar invocada pelo ex-presidente da FN, hoje deputado europeu, e também o condenaram a pagar indenizações por perdas e danos a três associações.
Aos 87 anos, Le Pen já foi condenado duas vezes, em jurisdição civil, pela justiça francesa por declarações similares feitas pela primeira vez em 1987.
Paralelamente, Jean-Marie Le Pen foi condenado pelo tribunal correcional de Nice (sudeste) a 5.000 euros de multa por "instigação ao ódio e à discriminação étnica" por declarações sobre os ciganos feitas em 2013.
Em uma reunião pública em Nice, Le Pen evocou em 2013 "algumas centenas de ciganos que têm na cidade uma presença urticante e, digamos, fedorenta", e afirmou que "ao menos 50.000 ciganos" chegariam à cidade em 2014.
Jean-Marie Le Pen já havia sido condenado pelo tribunal de apelação de Paris por outras declarações injuriantes sobre os ciganos.
.