Milhares de colombianos vão às ruas em protesto contra governo Santos

Manifestações transcorreram com tranquilidade em 63 municípios do país

AFP

Milhares de colombianos protestaram neste sábado em mais de 20 cidades do país contra o governo do presidente Juan Manuel Santos e o processo de paz com a guerrilha das Farc, em uma convocação do partido de seu principal opositor, o ex-presidente Álvaro Uribe.

Apesar da forte chuva que caiu em algumas cidades, os manifestantes, convocados pelo partido Centro Democrático, saíram vestidos com as cores da bandeira colombiana - amarelo, azul e vermelho - e levaram cartazes com mensagens como "Santos, traidor, renuncie já", "Chega de impunidade", "Chega de corrupção" e "Santos presidente das Farc".

"Este protesto é por um inconformismo geral contra o governo do presidente Santos.

Não queremos que haja impunidade nos processos de paz. Estamos cansados de tantas mentiras e manipulação econômica, impostos e inflação", disse à AFP o ex-vice-presidente do Centro Democrático, Francisco Santos.

O diretor-geral da Polícia Nacional da Colômbia, major-general Jorge Hernando Nieto, afirmou que os protestos transcorreram "em total tranquilidade" em 63 municípios do país. As mobilizações mais maciças foram em Bogotá e Medellín (noroeste), cidade natal de Uribe. O ex-presidente é um crítico ferrenho do processo de paz que o governo mantém com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas) desde novembro de 2012, porque considera que deixa a porta aberta para a impunidade através do acordo parcial de justiça com esta guerrilha.

Uribe sustenta que o mesmo ocorreria nas negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevaristas) - a segunda guerrilha do país -, um processo anunciado na quarta-feira passada em Caracas. "A guerrilha tem que pagar por todos os assassinatos que cometeu contra os colombianos e precisamos e exigimos que cumpram prisão. Todos estes criminosos têm que ir para a prisão", afirmou à AFP Carmen Berardinelli, uma das manifestantes em Bogotá.

Uribe, que governou entre 2002 e 2010, diz que há uma perseguição judicial contra ele e seu partido devido às múltiplas investigações contra ex-funcionários seus por vínculos com grupos paramilitares de extrema-direita durante seu governo.

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