(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

A atual 'guerra cambial' vai durar?


postado em 01/04/2016 17:40

A "guerra cambial" parece registrar uma trégua nas últimas semanas, mas os analistas se perguntam se os bancos centrais podem realmente abster-se de intervir no mercado de divisas.

"A guerra cambial é na realidade uma guerra entre bancos centrais que lutam por seus próprios interesses", explicou à AFP Sylvain Loganadin, analista da FXCM.

Segundo os economistas do banco HSBC, recentemente houve "uma trégua" na guerra mundial das divisas.

Esgotado pela batalha, parece que o Banco Central Europeu (BCE) abandonou seu combate à inflação mediante uma taxa de câmbio debilitada", afirmou a equipe de especialistas.

Os analistas do HSBC apontam que o Banco do Japão (BoJ) percebeu os limites da guerra cambial quando o estabelecimento das taxas de juros negativas não foram capazes de enfraquecer o iene".

O BCE pareceu jogar a toalha no dia 10 de março, quando concentrou suas ações para impulsionar a economia no acesso ao crédito, tomando distância de seus objetivos de um euro fraco, em um contexto de turbulências nos mercados mundiais desde o início do ano.

"Os bancos centrais inovaram e ajustaram seus discursos", destacaram os economistas da Barclays.

O BCE centra sua atenção no crédito e no estímulo à demanda interna, enquanto que o Federal Reserve nos Estados Unidos, "também surpreendeu aos mercados, mas de uma forma diferente", mostrando-se prudente, o que enfraqueceu o dólar, apontaram especialistas.

Um acordo secreto em Xangai?

"No contexto mundial dos últimos meses, a reação do BCE e do pode fazer pensar que houve uma espécie de acordo implícito entre os grandes bancos centrais" na reunião do G20 do final de fevereiro Xangai, destacou Barclays.

Para o HSBC, a estreita faixa pela qual o euro-dólar se movimenta nas últimas semanas corresponde à ideia que alguns têm de uma ação coordenada dos bancos centrais.

Mas, se existe um acordo desse tipo, por que mantê-lo em segredo?, pergunta Julian Jessop, economista da Capital Economics.

"Se as autoridades pensaram que as taxas de câmbio estão mesmo perigosamente distantes dos de fundamentos (da economia) e que a força do dólar constitui um problema maior, por que não dizer isso", indagou Jessop.

Na prática, essa é uma coordenação complicada, já que os juros dos bancos centrais, o Fed por um lado e o BCE e o BoJ por outro, continuam sendo diametralmente opostas, já que cada emissor precisa que sua moeda se enfraqueça em relação às outras.

"O objetivo de uma desvalorização da moeda é estimular as exportações para compensar um crescimento fraco e fazer que a inflação se acelere e que aumentem o preço das importações", lembra à AFP Jasper Lawler, analista da CMC Markets.

Para Sylvain Loganadin, "os bancos centrais precisam poder controlar, pelo menos minimamente, para cumprir com alguns objetivos de seus mandatos".

"Se as moedas já não são controladas pelos bancos centrais, vamos ter movimentos de mercado similares aos da 'Bitcoin', com fortes períodos de especulação, seguidos por estouros das bolhas, o que tem impacto forte na economia real, alternando fases de hiperinflação e de deflação", advertiu Loganadin.

Qualquer possível acordo ou trégua depende de um elemento volátil: a China, cuja divisa permanece sob controle.

O Banco Central da China "tende a caminhar por conta própria para adotar medidas surpresa cujos efeitos se propagam em seguida para Estados Unidos e Europa", observou Loganadin.

Essa imprevisibilidade da segunda economia mundial continua sendo uma fonte de inquietude maior para os operadores.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)