A Igreja católica na Bélgica recebeu desde 2012 cerca de 400 denúncias de pessoas que dizem ter sofrido abusos sexuais pelas mãos de sacerdotes quando eram menores, anunciaram nesta segunda-feira autoridades católicas.
O anúncio foi feito quase seis anos depois de um enorme escândalo de pedofilia na instituição.
Pouco depois, surgiram milhares de testemunhos sobre abusos cometidos durante décadas por sacerdotes ou membros de congregações religiosas na Bélgica.
Acusada de permanecer em silêncio, a Igreja belga decidiu no início de 2012 apostar na transparência e convidou as vítimas a se apresentar, através de 10 "pontos de contato", prometendo indenizações.
Em 2012, 286 pessoas se manifestaram em um desses pontos de contato. Em 2013 foram 37 e em 2014-2015 95.
Ou seja, um total de 418, indicaram numa conferência de imprensa o bispo de Tournai (oeste), Guy Harpigny, e de Antuérpia (norte), Johan Bonny.
Em 80% dos casos, os eventos relatados ocorreram há mais de trinta anos.
Cerca da metade dos casos, 43%, teria ocorrido em escolas, e cerca de 25% nas paróquias, de acordo com o relatório anual sobre as iniciativas tomadas pela Igreja nesta área apresentado por ambos os bispos.
No momento dos fatos, 89% das supostas vítimas eram menores de 18 anos, e 23% tinham menos de dez.
Os bispos de Tournai e Antuérpia chamaram outras vítimas em potencial a falar: "Temos de quebrar o tabu. É melhor prevenir que remediar."
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