(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Começa contagem de votos no Níger, após tensas eleições presidenciais


postado em 21/02/2016 20:01

A contagem de votos começou neste domingo em Niamei, após um dia sem incidentes no primeiro turno das eleições presidenciais no Níger, nas quais o chefe de Estado em fim de mandato, Mahamadu Isufu, disputa um segundo mandato de cinco anos, ante uma oposição que agita o espectro da fraude.

Na noite deste domingo, Ibrahim Bubé, presidente da Comissão Eleitoral, admitiu que "houve algumas insuficiências". Ao contrário, a oposição denunciou "desigualdades flagrantes" e "manipulações".

A votação foi adiada até a segunda-feira em localidades "perto de Tahua (oeste), Agadez (norte) e outra perto de Zinder", informou à AFP Ibrahim Bubé, presidente da Comissão Eleitoral Nacional independente. O material eleitoral não chegou a tempo nestes locais.

Algumas seções de votação abriram por volta das 17h00 locais, quase ao cair da noite, enquanto a hora oficial de fechamento era 19h00 locais (15h00 de Brasília), segundo fontes da oposição.

A oposição nigerina denunciou neste domingo "desigualdades flagrantes" nesta votação, destacando "manipulações" e "carnês de eleitores duplicados".

"Não havia listas da oposição"

"Em vários locais de votação não havia listas da oposição. Há uma desigualdade flagrante", afirmou Musa Haruna, representante de um dos favoritos, o ex-premiê Seini Umaru.

"Foram descobertas cópias dos carnês eleitorais, com livros de família pré-fabricados correspondentes aos mesmo", acrescentou.

"Em vários locais, a votação não tinha começado" no fim do dia, continuou, estimando que "o sistema funciona muito mal" e destacando "manipulações" em todo o processo eleitoral.

Quase 7,5 milhões de pessoas foram às urnas para eleger entre 15 candidatos seu presidente neste país de 19 milhões de habitantes e um dos mais pobres do planeta, sob ameaça do grupo jihadista Boko Haram.

Os primeiros eleitores foram votar, apesar dos atrasos na abertura da maior parte das seções, prevista para as 08h00 locais (04h00 de Brasília). Na mesma hora, em alguns centros de votação, o material eleitoral acabava de chegar.

Na zona de Diffa (sudeste), assolada pelo Boko Haram, estava previsto que os colégios eleitorais abrissem às 05h00 e fechassem às 17h00, oficialmente porque a luminosidade é diferente.

"Não há risco zero e nos organizamos para garantir a segurança durante o dia de votação", afirmou o ministro do Interior, Hassumi Massaudu.

Forças de segurança "patrulham com mil veículos as 24 horas do dia todo o território (1,3 milhão de km2) com pelo menos um veículo para cada 25 aldeias", explicou.

Objetivo: vencer por nocaute

As eleições presidenciais são celebradas ao mesmo tempo que as legislativas e os resultados serão divulgados em cinco dias.

O presidente Issufu, de 63 anos, apelidado de "o leão", previu que se imporá por nocaute no primeiro turno. A oposição, muito fragmentada, prometeu se unir para o segundo turno.

A oposição acusa o presidente de preparar um "hold up" eleitoral.

"Se Issufu vencer no primeiro turno, é que trapaceou. Neste caso, vamos fazer greve e haverá tumultos", afirmou, sob condição de ter sua identidade preservada, um simpatizante de Hama Amadu, um dos favoritos a vencer as presidenciais.

Amadu está preso desde novembro, acusado de tráfico de crianças em um caso de "direito comum", segundo o poder, e "político", segundo o candidato, que espera ir "da prisão para a Presidência".

A campanha foi marcada por confrontos entre opositores e partidários do presidente.

A luta contra a miséria, agravada pelos efeitos do aquecimento global, é um dos grandes desafios destas eleições.

Com uma demografia em constante crescimento, devido ao maior índice de natalidade do planeta, o Níger tem que enfrentar a desertificação de suas terras e o deslocamento de milhares de famílias para suas grandes cidades.

Em 2016, dois milhões de pessoas precisarão de ajuda alimentar no país, segundo a ONU.

O país também é devastado pela corrupção.

Por outro lado, com 98% da população muçulmana, o país tem que enfrentar uma radicalização incipiente. Multiplicou por dez seus gastos com segurança para poder conter ataques incessantes do Boko Haram e as ameaças dos jihadistas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)