Conmebol apoia candidatura do suíço Infantino à presidência da Fifa

AFP

A Conmebol, formada por dez federações sul-americanas, decidiu apoiar em bloco a candidatura à presidência da Fifa do atual secretário-geral da Uefa, o suíço Gianni Infantino, um dos cinco candidatos que aspiram suceder o suspenso Joseph Blatter.

A decisão foi tomada pelos representantes das dez associações integrantes da entidade regional, que na terça-feira elegeu o paraguaio Alejandro Domínguez como novo presidente, em meio ao escândalo de corrupção que afeta o futebol mundial, com forte impacto na América do Sul.

"O Comitê Executivo da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) decidiu apoiar a candidatura e o plano de trabalho para a presidência da Fifa do Sr.

Gianni Infantino", declarou em anuncio oficial.

Infantino soma este respaldo explícito da Conmebol aos que já recebeu da Uefa e da União Centro-americana de Futebol (UNCAF), esta última composta por sete países (Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá).

"É uma honra contar com o apoio unânime de meus colegas da Conmebol e gostaria de agradecer a todos, assim como aos colegas da UNCAF, da Uefa e de outras federações do futebol que manifestaram seu apoio à candidatura e à visão que tenho para fazer evoluir a Fifa e o futebol", escreveu o secretário-geral da Uefa em comunicado.

Além de Infantino, os outros candidatos à presidência da Fifa nas eleições de 26 de fevereiro, em Zurique, são o francês Jerome Champagne, o príncipe jordaniano Ali, o xeque Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa, do Bahrein, e o sul-africano Tokyo Sexwale.

Infantino, que aparece como um dos favoritos na eleição presidencial, participou do Congresso Extraordinário da Conmebol, na terça-feira em Assunção, no Paraguai. Também compareceu o príncipe Ali, que não parece ter grandes chances de vencer a briga pelo cargo de mandatário da Fifa.

- Infantino vs Salman -

Dos cinco candidatos à presidência da Fifa, Infantino e o xeque Salman, presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), aparecem como favoritos a substituir o demissionário Blatter.

Um recente acordo entre a AFC e a Confederação Africana (CAF) para estreitar a colaboração entre as duas entidades parece indicar que existe também um acordo eleitoral, de olho na eleição da Fifa.

Com seus 54 votos (do total de 209 membros votantes da Fifa), a África é o continente com mais peso na eleição, à frente da Europa, que dispõe de 53 eleitores.

A esses 54 votos da África, devem somar-se os 46 do continente Asiático que podem favorecer o xeque Salman, de acordo com especialistas.

O sul-africano Sexwale, empresário e símbolo da luta contra o Apartheid, e o francês Champagne, ex-secretário-geral adjunto da Fifa, aparecem com escassas chance de vitória na eleição presidencial.

Infantino, de 45 anos, é um advogado poliglota que entrou na corrida pelo trono da Fifa em 26 de outubro como substituto do francês Michel Platini, presidente eleito da Uefa.

Platini era tido como o grande favorito na eleição, mas precisou retirar a candidatura ao ser suspenso em 21 de dezembro por oito anos pela Comissão de Ética da Fifa por receber um polêmico pagamento no valor de 1,8 milhões de euros das mãos de Blatter por suposto trabalho de assessoria.

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