"É possível inventar um caso com qualquer partida", lamentou nesta quarta-feira em Melbourne Novak Djokovic, depois de um jornalista italiano mencionar a derrota do sérvio no Masters 1000 de Paris-2007, em meio ao escândalo de manipulação de resultados denunciado pela imprensa britânica.
O jornal esportivo italiano Tuttosport sugeriu nesta quarta-feira que o sérvio, na época número 3 do mundo, teria perdido de maneira proposital na estreia do torneio francês para o tenista local Fabrice Santoro, 6-3, 6-2.
De acordo com o jornal, Djokovic viajou a Paris com o único objetivo de receber a premiação prevista para os jogadores que disputam os nove torneios da categoria Masters na temporada.
"O que posso dizer? Perdi aquela partida.
- Derrota para Santoro em 2007 -
Aquela derrota foi a 84ª partida de 2007 para Djokovic, operado duas semanas antes para retirar dentes do siso. Inicialmente, o tenista não jogaria em Paris, mas sua participação era fundamental para garantir a premiação de três milhões de dólares como integrante do Top 4 na 'race', a classificação da temporada.
"Não há tantas partidas que os jogadores de nível top perderam nas primeiras rodadas nos últimos dez anos, mas vocês podem escolher qualquer um delas e inventar uma história", criticou o sérvio.
"Não há nenhuma prova, nenhum fato, é pura especulação. Como essa é a grande história do momento no tênis e no esporte em geral, vão aparecer muitos argumentos", continuou.
"Este jornal sugere que você perdeu propositalmente", insistiu o jornalista. "Não é verdade", respondeu o sérvio, cortando a conversa sobre este tema.
A BBC e o portal BuzzFeed afirmaram no domingo que 16 jogadores do To-50, incluindo oito que participam da edição atual do Aberto da Austrália, são suspeitos de envolvimento em manipulação de jogos na última década.
- Caso 'Calcioscommese' -
O nome de Djokovic chegou a aparecer na investigação da Promotoria de Cremona sobre o caso "calcioscommese', um imenso escândalo de apostas ilegais no futebol, no qual também estiveram envolvidos os tenistas Daniele Bracciali e Potito Starace, suspeitos de aceitar dinheiro para perder jogos.
Nesta investigação, apareceu o nome do atual número 1 do mundo, através de um ex-tenista sueco, Thomas Nydhal, que trocou mensagens com Manlio Bruni, um dos principais acusados do Calcioscommese.
"Foi ele que disse a Bruni a 'intenção' de Djokovic de perder contra Santoro", afirmou o Tuttosport.
Djokovic, porém, nunca foi chamado a depor pela justiça italiana, lembrou o jornal, especificando que "em 11 de dezembro de 2015, o promotor de Cremona, Roberto di Martino, encerrou oficialmente a investigação" sem que o sérvio "fosse acusado".
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