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Estado de Minas

Coe admite que atletismo foi 'duramente atingido'


postado em 19/01/2016 11:46

No olho do furacão em meio a denúncias de doping e corrupção, Sebastian Coe confessou em entrevista à AFP que seus primeiros cinco meses à frente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) foram um "real desafio", mas garantiu que não pretende fugir dos problemas.

Desde que sucedeu ao senegalês Lamine Diack, em agosto, o britânico teve um início de mandato dos mais movimentados, por conta das revelações bombásticas da comissão de investigação da Agência Mundial Antidoping (Wada).

A primeira parte do relatório da Wada, divulgada em novembro, desvendou um esquema de doping organizado sem precedentes na Rússia, que acabou sendo banida do esporte pela IAAF.

Na quinta-feira, a comissão tornou pública a segunda parte do documento, revelando que Diack e seus filhos recebiam propinas de atletas para abafar casos de doping.

"Os últimos meses foram um real desafio. O atletismo fui duramente atingido", resumiu Lord Coe. "Não posso dizer que fiquei sentado tranquilamente, curtindo a vida", ironizou.

Bicampeão olímpico dos 1.500 m (1980 e 1984), a lenda do meio-fundo construiu uma carreia de sucesso fora das pistas, como empresário, político, e diretor do comitê de organização dos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

Isso não isentou o inglês de 59 anos das acusações de corrupção que envolveu os mais altos escalões da IAAF, da qual já era vice-presidente durante o reinado de Diack.

Mão estendida de Pound

Por incrível que pareça, o dirigente recebeu o apoio inesperado do próprio Dick Pound, presidente da comissão da Wada, a mesma que denunciou o escândalo.

Depois de afirmar que os dirigentes da IAAF, "não poderiam ter ignorado a importância do problema", Pound fez questão de ressaltar, na frente de Coe, que estava na sala quando a segunda parte do relatório foi divulgada, em Munique, que ninguém melhor que o britânico pode tirar o atletismo dessa situação.

"Eu entendo a surpresa de algumas pessoas (com o apoio de Pound), e acho que vem em grande parte do fato que muita gente ignora a natureza e a estrutura do nosso esporte", justificou o inglês.

"O Conselho da IAAF tem quatro vice-presidentes, e um vice-presidente sênior. Nunca fui vice-presidente sênior então nunca fui o número dois da organização", ressaltou, antes de elogiar o trabalho da comissão da Wada.

"Estou grato pelo fato deles terem passado muito tempo esclarecendo uma questão que precisamos compreender da forma mais apurada possível", admitiu.

"Também fico aliviado com algumas de suas conclusões, que mostram que o problema não é totalmente sem solução", ponderou.

"Não estamos em negação diante do desafio que temos pela frente, mas fiquei feliz por ter a confirmação no relatório que pessoas honestas fizeram de tudo para trazer a tona suas dúvidas, através da comissão de ética, e temos que garantir que o futuro do nosso esporte será construído a partir de pessoas honestas", enfatizou.

O presidente da IAAF também descartou ser vítima de uma "caça às bruxas".

"Não vejo isso como um problema pessoal. Procuro continuar o fazendo meu trabalho. Não estou ignorando os comentários das pessoas e encaro as críticas com naturalidade. Ninguém tem o monopólio da sabedoria", defendeu o ex-atleta, antes de avisar que as reformas vão demorar para fazer efeito.

"Não podemos esperar que o grande público confie em nós imediatamente. Será um processo muito longo. As mudanças que quero promover não vão demorar muito a ser aplicadas, mas o retorno da confiança será muito mais demorado", completou.


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