A cantora de soul Natalie Cole, filha da lenda do jazz Nat "King" Cole, faleceu aos 65 anos - informou sua família nesta sexta-feira.
"Natalie travou uma feroz e corajosa batalha e morreu como viveu: com dignidade, força e honra", ressaltou sua família, em um comunicado.
De acordo com o site especializado em celebridades TMZ, Natalie morreu em um hospital de Los Angeles, por insuficiência cardíaca.
Evocando o maior sucesso da cantora, "Unforgettable", uma homenagem a seu pai, a nota acrescenta: "sentiremos muita falta de nossa amada mãe e irmã, que permanecerá para sempre INESQUECÍVEL em nossos corações".
Rapidamente, começaram a chegar mensagens de condolências.
O reverendo Jesse Jackson, uma das mais importantes figuras da luta pelos direitos civis, em particular dos afro-americanos, prestou uma homenagem no Twitter a esta "adorada irmã (...) pelo que era e por sua música.
"Obrigado pela música. E por você", disse o ator canadense Alan Thicke.
O cantor de jazz italiano Tony Bennett, que dividiu o palco várias vezes com Natalie, ou com o pai dela, homenageou-a no Instagram. Na rede social, descreveu-a como uma "pessoa encantadora e generosa" e uma "cantora de jazz excepcional".
Nat "King" Cole não chegou a ver o sucesso da filha. Ele faleceu vítima de um câncer, em 1965, aos 45, quando Natalie ainda era uma adolescente.
Depressão
A carreira da jovem sempre esteve muito ligada à do pai. No início, ela se apresentava como filha de Nat "King" Cole, mas custou a decolar no universo do R&B. Acabou escolhendo um estilo bem mais moderno do que o de seu pai. E, depois de ter explorado o blues, o soul e o pop, retomou o caminho do jazz do pai.
Em 1975, ganhou seu primeiro Grammy, o prêmio mais importante da música, na categoria de "melhor nova artista", por "This Will Be (An Everlasting Love)" e com o álbum "Inseparable".
Em 1991, homenageou o pai, cantando com ele em um vídeo póstumo o tema "Unforgettable...
Ao longo da carreira, Natalie Cole conquistou nove Grammys.
"Perdemos uma artista maravilhosa e muito querida", declarou a Recording Academy, encarregada de entregar as estatuetas.
Natalie Cole também participou de várias séries de televisão americanas.
A vida da cantora foi marcada pelo abuso das drogas e por três divórcios. Em sua autobiografia "Angel on my Shoulder", publicada em 2000, ela conta como lutou contra a depressão após a morte do pai e depois que seu filho quase morreu afogado na piscina.
Ela consumia altas doses de heroína e cocaína e fez várias tentativas de desintoxicação. Depois de ter sido diagnosticada com hepatite C, foi submetida a um transplante de rim.
"Minha vida está desabando diante dos meus olhos", desabafou, na época, em entrevista à revista "People".
"Isso é o mais duro de tudo. Penso no meu pai toda vez que eu canto", completou.
Seu último álbum "Still Unforgettable" (2008) é uma continuação do trabalho de 1991 com uma adaptação de canções americanas clássicas e de seu pai.
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