Jornal Estado de Minas

Kirchner garante transição de governabilidade na Argentina

A presidente em fim de mandato da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou, nesta quarta-feira, que a transição para o novo governo do liberal de direita Mauricio Macri será um marco de governabilidade, durante ato em Morón, na periferia oeste de Buenos Aires.

"Jamais nos ocorreu fazer algo que prejudicasse a governabilidade e a convivência dos argentinos", disse a líder.

Kirchner se reuniu na terça-feira com Macri, eleito presidente em um segundo turno histórico no domingo, quando venceu o oficialista Daniel Scioli por 2,8% dos votos.

Macri disse que a reunião "não valeu a pena", afirmando que considerou escassa a colaboração da presidente em vista à uma transição voltada para a mudança de governo no próximo dia 10 de dezembro.

"Vamos colaborar", insistiu Kirchner, "porque nós, que integramos este espaço, sabemos das responsabilidades do governo, que quando não são cumpridas não impactam os ricos, mas os mais vulneráveis".

A presidente, que encerrará um governo iniciado em 2003 com seu falecido marido Néstor Kirchner, disse que sai do Executivo "orgulhosa por ter cumprido parte de sua tarefa".

"Nenhum governante termina de cumprir sua tarefa porque sempre haverá alguém que ainda tenha trabalho para fazer", afirmou.

A líder destacou que o país "não é uma empresa, não se pode governar segundo critérios economicistas para o fechamento do saldo de perdas e ganhos".

"O balanço é fechado pela quantidade de argentinos que estão dentro e quantos são deixados de fora. Que ninguém se confunda, por isso um país não é o mesmo que uma empresa", acrescentou.

Nesta quarta-feira, foram anunciados alguns nomes do futuro gabinete de Macri, muitos dos quais, sobretudo na área econômica, provêm do mundo empresarial do setor privado, especialmente de finanças.

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