Uma das duas luas de Marte, Phobos, pode desintegrar-se entre 20 a 40 milhões de anos e os detritos devem, então, formar um anel ao redor do planeta vermelho, segundo um estudo publicado na segunda-feira pela revista científica britânica Nature Geoscience. Phobos é a maior - e mais próxima - das duas luas de Marte, a outra sendo Deimos. De forma irregular, ela mede 27 km em sua parte mais larga.
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O que aconteceu com a atmosfera de Marte? Foi soprada pelos ventos solares, diz cientistaNasa revela o que falta para ir a MarteÁgua em Marte aumenta esperança de encontrar vida no planeta vermelhoCarta a Marte custaria 18 mil dólares em selosAlém disso, a órbita de Phobos é uma espiral que vai se estreitando (ao contrário da nossa lua, afastando-se da Terra), aproximando-se inexoravelmente de Marte, contra quem, um dia, vai acabar se chocando. "Os cientistas sabem há décadas que Phobos está lentamente se aproximando de Marte a uma velocidade de alguns centímetros por ano", explicou à AFP Benjamin Black, da universidade americana de Berkeley, co-autor do estudo.
Benjamin Black e Tushar Mittal, da Universidade de Nova York, deduziram, a partir de dados observacionais, que poderia ser o fim do planeta. Os investigadores acreditam que os componentes menos densos de Phobos acabarão por se desintegrar em 20 a 40 milhões de anos, quando o efeito da força da gravidade de Marte irá tornar-se demasiado elevado, devido à proximidade dos dois planetas.
Os componentes mais resistentes de Phobos, mas não deslocar o planeta colidem, formando uma cratera. De acordo com o estudo, este novo anel vai acompanhar Marte durante milhões de anos. "Este anel pode ter uma vida útil de 1 a 100 milhões de anos, de acordo com a distância entre Marte e Phobos onde a lua vai quebrar", disse Benjamin Black. No sistema solar, os quatro planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) possuem um "sistema de anéis". De acordo com os pesquisadores, o futuro anel de Marte pode ter uma densidade semelhante aos dos Saturno, composto de poeira e gelo. A origem dos anéis de Júpiter continua a intrigar os cientistas..