Mais de 300 acadêmicos que trabalham para cerca de 70 universidades britânicas boicotarão as universidades israelenses e as conferências organizadas por elas, em um protesto contra as "violações intoleráveis dos direitos humanos contra o povo palestino".
"Como pesquisadores associados a universidades britânicas, estamos profundamente preocupados com a ocupação ilegal dos territórios palestinos, as violações intoleráveis dos direitos humanos contra o povo palestino e a aparente resistência (de Israel) a qualquer tipo de solução" para o conflito, anunciaram 343 acadêmicos em uma carta aberta publicada na terça-feira no jornal The Guardian.
"Em resposta aos apelos da sociedade civil palestina, declaramos que não iremos aceitar convites de nenhuma instituição acadêmica israelense (...) nem iremos participar de conferências financiadas, organizadas ou patrocinadas por elas", explicaram.
Os signatários afirmaram, no entanto, que irão continuar trabalhando de forma individual com seus colegas israelenses.
Alguns acadêmicos procedem de instituições acadêmicas britânicas muito prestigiadas, como Oxford, Cambridge, a London School of Economics (LSE) e a University College London.
"Este boicote é uma pequena forma de dizer uma coisa importante: a igualdade e a justiça devem ser aplicadas de verdade, o direito internacional deve ser respeitado", explicou um dos signatários, o professor Conor Gearty, da LSE.
Simon Johnson, diretor geral do Jewish Leadership Council, um conselho que representa instituições judias da Grã-Bretanha, reagiu considerando que "esses acadêmicos deveriam entender que os boicotes provocam divisões, são discriminatórios e não ajudam em nada os avanços para a paz ou para melhorar a vida dos palestinos".
Na semana passada, personalidades da esfera cultural britânica, como a autora da saga Harry Potter, J.K. Rowling, pediram que fosse encerrado o boicote cultural contra Israel.