Jornal Estado de Minas

Estado Islâmico destrói arco de quase dois mil anos na cidade de Palmira


O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) destruiu o famoso Arco do Triunfo de Palmira na Síria, anunciou o diretor do departamento de Antiguidades da Síria. O monumento, considerado patrimônio cultural da humanidade, é a mais recente vítima da campanha do grupo extremista para acabar com locais históricos no território que controla no Iraque e na Síria.

O Arco do Triunfo era um dos locais mais conhecidos de Palmira, uma cidade no centro sírio conhecida no país como a "Noiva do Deserto", tomada pelo Estado Islâmico em maio. O monumental arco ficava sobre algumas ruas famosas da cidade velha, ponto de ligação entre o Império Romano e a Pérsia.

A destruição aconteceu em um momento complexo do conflito na Síria, com a intervenção militar da Rússia, que afirma atacar o EI, enquanto os países ocidentais suspeitam que Moscou apoia sobretudo as tropas do regime de Bashar al-Assad, que enfrenta dificuldades com os rebeldes há vários meses.

"Recebemos informações da região segundo as quais o Arco do Triunfo foi destruído (no domingo). O EI instalou explosivos há algumas semanas", disse Abdelkarim "Estamos vivendo uma catástrofe. Desde que os jihadistas assumiram o controle do local é um choque atrás do outro", completou o diretor.

O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos afirmou que o Estado Islâmico explodiu o arco, mas deixou as colunas no lugar. Um ativista da oposição, Khaled al-Homsi, também confirmou no Twitter, na noite de domingo, que militantes destruíram o arco.

A Unesco, agência da Organização das Nações Unidas, qualificou a destruição de Palmira como "um crime intolerável contra a civilização". A cidade é patrimônio da humanidade da Unesco e era uma das maiores atrações turísticas do Oriente Médio, antes do início da guerra na Síria em 2011.

Os militantes também atacaram igrejas, mesquitas e museus, considerados contrários à interpretação estrita do Islã defendida por eles. (Com Agência Estado e AFP).