O Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Ra’ad Al Hussein, pediu um inquérito aprofundado e transparente, destacando que “se for considerado pela Justiça como deliberado, um ataque aéreo a um hospital pode constituir um crime de guerra”. Segundo um novo balanço, o ataque aéreo contra um hospital administrado pelos Médicos Sem Fronteiras na cidade de Kunduz, Norte do Afeganistão, fez 19 mortos, três deles crianças, e 37 feridos.
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Bombardeios deixam ao menos 19 mortos em hospital da organização Médicos Sem FronteirasMSF se diz enojada com justificativas sobre bombardeio contra hospital; 22 morreramMédicos Sem Fronteiras deixa Kunduz, no Afeganistão, depois de bombardeio a hospitalObama oferece condolências por 'incidente trágico' no Afeganistão"O Departamento de Defesa abriu uma investigação completa, e aguardaremos seus resultados antes de fazer um julgamento definitivo das circunstâncias envolvendo esta tragédia. Continuaremos trabalhando estreitamente com o presidente Ashraf Ghani, o governo afegão e nossos parceiros internacionais para apoiar a Defesa Nacional afegã em seu trabalho para garantir a segurança daquele país", acrescentou Obama.
O executivo para os Direitos Humanos da ONU, disse neste sábado que é indesculpável o ataque aéreo contra um hospital administrado pelos Médicos Sem Fronteiras. “Este acontecimento é profundamente trágico, indesculpável e possivelmente criminoso”, afirmou Al Hussein num comunicado divulgado em Genebra.
A cidade de Kunduz é palco de confrontos desde que, na segunda-feira (28), os talibãs tomaram a localidade, seguindo-se uma ofensiva das forças afegãs, apoiadas por tropas dos Estados Unidos.
Na terça-feira, os Médicos Sem Fronteiras (MFS) divulgaram um comunicado afirmando que o hospital estava “sobrecarregado” com a chegada constante de feridos. Foram atendidas entre segunda e terça-feira, 171 pessoas, entre as quais 46 crianças, a maioria com ferimentos de bala. “O hospital está inundado de pacientes”, disse Guilhem Molinie, representante do MSF no Afeganistão.
Neste sábado, depois do ataque, o MSF esclareceu que todas as partes envolvidas no conflito, inclusive Cabul e Washington, foram claramente informadas em várias ocasiões da localização exata (coordenadas GPS) de todas as instalações do hospital, a última das quais a 29 de setembro..