Jornal Estado de Minas

Grandes datas da história da Catalunha

Estas são as principais datas da história da Catalunha, região do noroeste da Espanha que realiza suas eleições legislativas neste domingo, apresentadas pelo governo regional e seus aliados como um plebiscito para iniciar seu caminho rumo à independência.

1479: os reis católicos Fernando e Isabel estreitam a união entre as coroas de Castela e Aragão, da qual a Catalunha dependia, firmando os pilares da coroa espanhola.

11 de setembro de 1714: durante a guerra de sucessão pelo trono da Espanha entre o duque francês Philippe d'Anjou e Carlos da Áustria, Barcelona sucumbe após um longo cerco às tropas franco-espanholas e a Catalunha perde suas instituições de autogoverno. A data, hoje em dia, marca a festa nacional da Catalunha.

Abril de 1931: com a proclamação da Segunda República Espanhola (1931-1939), a Catalunha recupera suas instituições de governo, aprova um Estatuto de autonomia (1932) e o idioma catalão ganha status oficial ao lado do castelhano.

24 de janeiro de 1939: as tropas do general Francisco Franco tomam Barcelona após dois anos e meio de guerra civil. As instituições catalãs são suprimidas e é proibido o uso público do catalão até 1975, data da morte do ditador.

Setembro e outubro de 1977: restabelecimento provisional do governo regional e retorno do presidente catalão em exílio durante a transição para a democracia.

6 de dezembro de 1978: referendo para ratificar a Constituição espanhola, que se fundamenta "na indissolúvel unidade da Nação Espanhola" e "reconhece e garante o direito à economia das nacionalidades e regiões que a integram". Na Catalunha, o apoio foi de 90%.

25 de outubro de 1979: os catalães aprovam em referendo seu novo estatuto de autonomia regional, que define o catalão e o castelhano como línguas oficiais. Este estatuto lhes permitiu assumir competências em educação, saúde, política linguística e cultura, e incluiu a criação de uma polícia própria.

18 de junho de 2006: os catalães aprovam em referendo um novo estatuto que amplia a autonomia da região, negociado com o governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero e aprovado pela justiça espanhola. O estatuto, que define a Catalunha como nação, é levado ao Tribunal Constitucional pelo Partido Popular, do conservador Mariano Rajoy.

13 de setembro de 2009: a cidade de Arenys de Munt torna-se o primeiro de centenas de municípios que organizam votações simbólicas sobre a independência da Catalunha.

28 de junho de 2010: o Tribunal Constitucional anula uma parte do estatuto catalão e deixa "sem valor jurídico" a definição da Catalunha como nação.

Centenas de milhares de catalães se manifestam em Barcelona ao grito de "somos uma nação, nós decidimos".

Setembro de 2012: após uma grande manifestação independentista em Barcelona, o chefe de governo espanhol Mariano Rajoy nega-se a negociar uma maior autonomia fiscal para a Catalunha com o presidente regional Artur Mas - que convoca eleições em novembro com a promessa de realizar um referendo.

25 de novembro de 2012: Artur Mas ganha as eleições mas sem maioria absoluta. Em segundo lugar ficam os independentistas progressistas do ERC e os partidos comprometidos com um referendo superam amplamente a maioria absoluta.

9 de novembro de 2014: Cerca de 2,3 milhões de catalães votam em um referendo simbólico - declarado inconstitucional por Madri. Quase 1,9 milhões (80%) votam pela independência, embora a participação supere apenas 37% do censo.

27 de setembro de 2015: eleições regionais antecipadas convocadas por Artur Mas para convertê-las num plebiscito a favor ou contra o lançamento de um processo de separação que termine com a constituição da República Catalã em 2017.

.