Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram na Europa neste sábado para expressar apoio aos imigrantes em busca de refúgio no continente, em meio a maior onda de deslocamentos desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Em Copenhagen, na Dinamarca, cerca de 30 mil pessoas fizeram uma marcha carregando faixas como "Bem-vindos, refugiados". A manifestação foi calma e pacífica, segundo a polícia.
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Seleção alemã lança apelo contra xenofobiaMilhares de pessoas protestam na África do Sul contra a xenofobiaOs manifestantes também marcharam em Londres para pressionar o governo britânico a abrigar mais refugiados. Entre os presentes estava Jeremy Corbyn, poucas horas depois de ser eleito líder do oposicionista Partido Trabalhista.
Houve também manifestações de apoio aos imigrantes na Grécia e na Macedônia.
Os atos realçam ainda mais o fosso político criado pela crise migratória na Europa. As centenas de milhares de pessoas que buscam refúgio neste verão deixaram o continente dividido entre as nações de passagem, como a Hungria, e aqueles que os imigrantes têm como destinos preferidos, como a Alemanha.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, defendeu a política dura de seu país neste sábado. "Esses imigrantes não vêm da zona de guerra, mas a partir de campos em países vizinhos da Síria, como Líbano, Jordânia e Turquia, onde eles estavam em segurança. Portanto, elas não fugiram por medo de suas vidas, mas por querer uma vida melhor", afirmou.
A posição dura de Orban atraiu críticas do ministro das Relações Exteriores da Áustria, Werner Faymann. "Colocar os refugiados em trens iludindo-os que vão para um lugar melhor me lembra o tempo mais escuro em nosso continente", disse, em referência à Alemanha nazista.
Em Varsóvia, na Polônia, cerca de sete mil pessoas lideradas por grupos nacionalistas protestaram no sábado contra o plano do governo de receber mais de 2,2 mil refugiados ao longo dos próximos dois anos. "É uma guerra de duas civilizações", disse um dos líderes.
O fluxo de imigrantes na Europa não está mostrando sinais de diminuição. Cerca de 40 mil refugiados são esperados para chegar na Alemanha neste fim de semana, o dobro do que na semana passada, de acordo com uma estimativa do ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.
O impacto já é sentido pelo sistema de transporte alemão.
Manifestantes interromperam a circulação dos comboios da estação principal de Hamburgo por uma hora e meia. Em Munique, principal ponto de entrada da Alemanha, o governo local pediu reforço na segurança. Entre 0h e 16h de sábado, mais de 7,2 mil imigrantes chegaram na cidade de trem, disse Simone Hilgers, porta-voz do governo regional da Alta Baviera.
A França, que, como a Alemanha, tem pressionado o resto da União Europeia para fazer mais para resolver a crise, disse que vai oferecer novos subsídios de habitação para cidades e vilas que acomodarem refugiados.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, disse que o Estado daria um subsídio de 1 mil euros (US$ 1.134,00) para cada moradia oferecida para abrigar migrantes. "Precisamos enfrentar esta situação e enfrentá-la de forma eficaz", disse.