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Estado de Minas

Guerra está destruindo o patrimônio cultural da Síria


postado em 02/09/2015 15:10

A guerra na Síria está acabando com o patrimônio cultural do país, sem que seus cidadãos possam impedir a destruição de templos, estátuas e mausoléus, e nem o saque de tesouros e relíquias.

Antes da guerra, os visitantes admiravam as centenas ou milhares de tesouros da história síria, das primeiras habitações pré-históricas até os castelos das Cruzadas, passando por templos greco-romanos.

Quantas destas relíquias estão intactas? "Mais de 900 monumentos ou sítios arqueológicos foram afetados, sofreram danos ou foram totalmente destruídos" em quatro anos e meio de guerra, avalia Cheijmus Ali, da Associação para a Proteção da Arqueologia síria.

Em dezembro de 2014, a ONU calculou que quase 300 sítios haviam sido destruídos, sofrido danos ou saqueados desde março de 2011. Baseando-se em imagens de satélite, contabilizava 24 monumentos completamente destruídos, 104 com muitos danos e 85 com danos moderados.

Este "não é um problema que afeta apenas a Síria. É uma destruição do patrimônio mundial", afirma Ali.

Especialistas internacionais dão o alerta sobre a questão há anos, principalmente desde que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) começou a destruir sítios arqueológicos no Irã e na Síria.

Seus medos se tornaram realidade com o começo da devastação de Palmira, a "pérola do deserto" sírio. O EI fez voar pelos ares os dois templos principais, o Baalshamin e o Bel, joias "de um valor inestimável para nosso patrimônio comum", segundo a ONU.

Agora, temem por outros tesouros de Palmira. "Ainda existem dezenas de tumbas, o anfiteatro e o templo de Nabu", explica Maamoun Abdlkarim, encarregado das antiguidades da Síria.

Tráfico e mercado negro

Com a destruição de Palmira, o EI destrói um local que simbolizava as diferentes influências da história síria. "É o tipo de sítio mestiço, com uma mistura de culturas impressionante, de influências do mundo greco-romano, dos povos sírios que se fixaram na região da Mesopotâmia e também do mundo dos nômades, do mundo árabe", explica o arqueólogo francês Maurice Sartre.

Os jihadistas consideram idolatria qualquer arte ou construção pré-islâmica. Isso não os impede de vender no mercado negro os tesouros arqueológicos saqueados na Síria e no Irã, atividade que alimenta sua prosperidade financeira.

Em Raqa, a "capital" da organização na Síria, o grupo jihadista destruiu o mausoléu sufi de Uwais al Qarani e Amar Ben Yaser. Na província de Homs, atacou o monastério Mar Elian.

No entanto, o EI não é o único responsável pelos estragos causados pelos combates com artilharia pesada.

Alepo, a segunda maior cidade do país, habitada há 7 mil anos, ficou desfigurada depois de três anos de enfrentamentos entre os rebeldes e o regime. Seu mercado, um dos mais belos do Oriente Médio, e o mirante de sua grande mesquita, do século XI, são as principais vítimas arquitetônicas.

Quando não são totalmente destruídos, os monumentos sofrem saques. Antes mesmo da chegada dos jihadistas, malfeitores já saqueavam Palmira diariamente para vender as peças roubadas no exterior.

Dura Europos, na província de Deir Ezor, apontada como "a Pompeia do deserto", está destruída.

A Unesco não apenas se alarma com os destroços na Síria, mas também na Líbia e no Iêmen, outros cenários de conflitos.


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