Jornal Estado de Minas

Mulheres participam pela primeira vez de eleições na Arábia Saudita

As inscrições das candidatas sauditas às eleições municipais de dezembro começaram neste domingo, situação inédita neste país ultraconservador onde as mulheres são discriminadas e nem sequer tem o direito de dirigir.

Os procedimentos para registrar as eleitoras - outro fato inédito - já havia começado no dia 22 de agosto, em locais separados dos homens.

A separação entre os sexos é uma norma na Arábia Saudita, onde as mulheres são obrigadas a usar um véu que as cobre da cabeça aos pés.

As mulheres só podem trabalhar, viajar ou ter um passaporte com a autorização de um homem da família, como o pai, marido ou irmão.

Porém, o falecido rei Abdallah decretou em 2011 que as mulheres poderiam votar e ser candidatas nas eleições municipais de 2015, e disse na época que "rechaçava a marginalização da mulher na sociedade saudita".

O jornal da capital saudita Al-Hayat publicou recentemente que cerca de 200 mulheres manifestaram interesse em ser candidatas a essas eleições, previstas para o fim do ano.

As mulheres tem 17 dias a partir de domingo para se candidatarem. Nas próximas eleições, os eleitores definirão dois terços dos conselhos municipais. A última parte é escolhida pelas autoridades.

O rei Salman sucedeu Abdallah em janeiro e os especialistas se perguntam se ele dará continuidade às tímidas reformas iniciadas por seu meio-irmão.

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