Jornal Estado de Minas

Presidente turco pede eleições legislativas em 1o. de novembro

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan pediu nesta sexta-feira novas eleições legislativas em 1º de novembro em função do fracasso das negociações para formar um governo de coalizão após as eleições de junho.

"Se Deus quiser, a Turquia voltará a votar em novas eleições legislativas em 1º de novembro", declarou o presidente turco à imprensa, ao sair de uma mesquita em Istambul.

Ele também afirmou ter se reunido com o presidente do parlamento para adotar as disposições necessárias para a votação.

Na véspera, a Suprema Corte Eleitoral propôs o dia 1º de novembro como possível data para as eleições antecipadas.

A proposta, que será apresentada aos partidos políticos antes de uma decisão final, foi anunciada três dias antes do prazo final para a formação de um novo governo.

A data definitiva será anunciada após a consulta aos partidos.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu informou a Erdogan sobre o fracasso das negociações para a formação de um governo de coalizão.

Nas eleições de 7 de junho, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa sozinho o país desde 2002, perdeu a maioria absoluta e se viu obrigado a buscar um aliado para governar, o que não conseguiu após negociações.

Segundo a Constituição, Erdogan deveria solicitar ao presidente do principal partido de oposição, Kemal Kiliçcaroglu, que tentasse formar um governo, mas o presidente deu a entender na quarta-feira que não pretende fazer isto.

O anúncio de eleições antecipadas acontece em um momento de violência na Turquia, onde atentados e confrontos são registrados com frequência.

A onda de violência começou com um atentado, atribuído ao grupo Estado Islâmico, em Suruç, sul da Turquia, que provocou a morte de 33 pessoas.

Depois do atentado, a Turquia iniciou uma "guerra contra o terrorismo", que tem como alvos o grupo Estado Islâmico e, sobretudo, os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

A ofensiva turca acabou com o cessar-fogo que estava em vigor desde 2013 e provocou ataques do PKK contra o exército e as forças de segurança turcas.

Na quinta-feira, a polícia antiterrorista de Istambul executou uma ampla operação em vários bairros da cidade contra integrantes da extrema-esquerda, um dia depois do tiroteio diante do gabinete do primeiro-ministro.

A operação teve como alvo o DHKP-C (Partido/Frente Revolucionária de Libertação do Povo), um grupo radical clandestino que reivindicou o ataque contra a sede do governo.

O ataque não deixou vítimas.

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