A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que descriminaliza o auto-cultivo de maconha para fins recreativos e medicinais - um texto que agora deve voltar para comissões para que alguns artigos sejam alterados. Após intenso debate, a iniciativa foi aprovada por 68 votos a favor, 39 contra e 5 abstenções. Suas disposições devem agora ser votadas pelo Senado.
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Maconha tem eficácia terapêutica limitada, diz estudoAumentam casos de intoxicação por maconha sintética nos EUAConsumo de maconha divide opiniões na JamaicaNa esteira oposta, a deputada comunista Camila Vallejo considera ingênua a estimativa de que o auto-cultivo represente uma liberação da droga. "Podemos negar que, quando os jovens usam maconha pode e não podem cultivá-la devem recorrer ao tráfico para comprá-la?", abrindo a porta para drogas mais pesadas como a cocaína e a pasta base, argumentou Vallejo. "Todos nós sabemos que isso acontece, e quem não sabe provavelmente precisa ir mais às ruas", enfatizou a ex-líder estudantil.
O projeto de lei prevê que os auto-cultivadores devem ser maiores de 18 anos, mas em caso de uso terapêutico a maconha poderá ser administrada a menores de idade com receita médica. Por sua vez, a proibição do uso em vias públicas serão mantidas e se estabelece a posse máxima de 10 gramas por pessoa e 500 gramas por domicílio.
No Chile, a maconha é incluída na legislação como uma droga pesada, e o auto-cultivo e a venda são passíveis de punição. A possível despenalização do auto-cultivo da maconha no Chile ocorre numa região que avança no tema da legalização da droga. Os Estados Unidos legalizou em vários estados a maconha com fins medicinais, enquanto o Uruguai deu um passo além e aprovou no final de 2013 uma lei que regula totalmente o mercado da droga.