Jornal Estado de Minas

Em cinco meses como ministro, Varoufakis se destacou por declarações polêmicas

AFP

Nos cinco meses no exercício do cargo de ministro grego da Economia, Yanis Varoufakis destacou-se por suas declarações polêmicas: em uma entrevista, afirmou que o programa de austeridade imposto ao seu país é "o pior fracasso da história econômica" e no sábado acusou os credores de "terrorismo".

Abaixo, foram reunidas as afirmações deste economista iconoclasta que nesta segunda-feira anunciou sua demissão, após o triunfo do "Não" no referendo celebrado no domingo na Grécia.

- 29 de janeiro: "Vida frugal"

Em sua primeira coletiva de imprensa em Atenas, dois dias antes de assumir como ministro, afirmou ser um defensor de um "estilo de vida frugal", para ilustrar que a austeridade não implica uma deterioração orçamentária.

"Não achamos que o desenvolvimento implica na multiplicação de Porsche Cayenne nas ruas estreitas de nossas cidades e no aumento do dióxido de carbono na atmosfera", expressou.

- 8 de fevereiro: "Um castelo de cartas"

"A saída da Grécia do euro não está nos nossos planos, simplesmente porque pensamos que a Europa é frágil. É como um castelo de cartas. Caso se retire a carta da Grécia, as outras caem", disse o ministro grego em uma entrevista na televisão italiana.

- 11 de fevereiro: "A substância intelectual" de Schäuble

"Wolfgang Schäuble é provavelmente o único político europeu com substância intelectual", declarou o ministro grego ao semanário Stern.

- 25 de fevereiro: "Asfixia"

"Se asfixia-se os governos pró-europeus e democráticos, como o que pertenço, e joga-se à desesperança o povo que os elegeram, os únicos beneficiados dessa situação serão os fanáticos, os racistas, os nacionalistas", assegurou.

- 15 de março: "Um horror"

"É um horror que o Bild tente me prejudicar. Quanto mais ele tenta, melhor eu durmo à noite", declarou Varoufakis à agência grega ANA, depois que o tabloide alemão anunciou que sua demissão era iminente.

- 15 de março: "Pequenos problemas insignificantes"

"Que haja pequenos problemas insignificantes de liquidez, isso não deve dividir a Europa", afirmou em uma entrevista à rede alemã ARD.

- 26 de maio: "Já é hora"

"Há quatro meses cumprimos nossas obrigações com os credores, tirando recursos do fundo de nossa economia, mas não se pode fazer isso indefinidamente e nossos credores sabem disso", afirmou em uma entrevista à CNN.

"É hora de que concordem e façam o último quarto do caminho, porque nós já fizemos três quartos", disse o ministro grego.

- 3 de julho: "O maior fracasso da História"

"Temos um sistema de governança muito ruim na Europa", disse à BBC. "Esta não é uma boa forma de dirigir uma união monetária. É uma piada. É um circo de horrores que se mantém há cinco anos".

"O programa que impuseram neste país e que querem continuar aplicando vai ser lembrado como o maior fracasso da história econômica", disse em referência à política de austeridade imposta a Atenas.

- 4 julho: "Terrorismo"

"O que fazem com a Grécia tem um nome: terrorismo", disse Yanis Varoufakis, em uma entrevista ao jornal espanhol El Mundo.

"Por que nos forçaram a fechar os bancos? Para difundir o medo nas pessoas. E quando se trata de espalhar o terror, esse fenômeno se chama terrorismo", declarou o ministro em referência à política do FMI, do BCE e da UE.

- 6 julho: "Orgulho"

No comunicado em que anunciou sua demissão afirmou que carregará com com "orgulho" o "ódio" dos credores.