Milhares de pessoas saíram às ruas neste sábado na Alemanha, Itália e França para expressar solidariedade com os migrantes na Europa e contra a austeridade na Grécia por ocasião do Dia Mundial dos Refugiados.
Em Berlim se reuniram 3.700 pessoas, de acordo com a polícia, 10.000 segundo os organizadores.
Os manifestantes se reuniram sob o lema "Fazer a Europa de outra maneira", convocadas por várias organizações de esquerda, em particular dos partidos da oposição alemã Die Linke e Grünen.
Os participantes gritaram frases pró-imigração no Dia Mundial dos Refugiados. "Não às fronteiras, não às nações, parem as deportações" e "Os refugiados são bem-vindos aqui" estavam entre as mais repetidas.
Alguns manifestantes exibiram bandeiras gregas ou cartazes de apoio a Atenas, atualmente em uma fase crítica das negociações com os credores e ameaçada de abandonar a zona do euro.
"A Europa tecnocrata, fria e neoliberal dirigida pela Alemanha é insuportável", afirma um cartaz.
Na Itália, na capital Roma, quase mil manifestantes se reuniram diante do Coliseu para defender os refugiados. Também foram registrados atos de apoio à Grécia.
"Estamos aqui para salvar a nossa Europa, com os imigrantes, os refugiados e a Grécia incluídos. A Europa deve pertencer a todo o mundo e não só aos alemães ou aos brancos", explicou à AFP Luciano Colletta, um aposentado de 66 anos.
Em Paris, milhares de pessoas - 3.500, segundo a polícia - marcharam pelas ruas em apoio aos migrantes e ao povo grego. Também foram registradas manifestações em outros pontos da França.
Na frente da marcha parisiense, na qual tremulavam bandeiras do Parti de Gauche, Partido Comunista, Verdes e outras gregas, se localizaram em particular os representantes das duas primeiras forças políticas, Jean-Luc Mélenchon e Pierre Laurent.
Em Barcelona (nordeste da Espanha), a nova prefeita, a 'indignada' Ada Colau, participou de uma manifestação exigindo o fechamento de um centro de internação de migrantes em sua cidade onde, segundo várias ONGs, são prejudicados os direitos dos migrantes irregulares.
Durante o dia, foram registradas outras mobilizações na Europa, embora também tenha havido marchas contra as políticas de acolhida aos imigrantes.
Em Bratislava, 8.000 pessoas participaram de uma marcha contra os migrantes e as cotas de migrantes, em resposta a uma convocação do movimento "Detenham a islamização da Europa", segundo veículos locais.
"Desejo-lhes um bom dia branco (...) Estamos aqui para defender a Eslováquia", disse aos manifestantes Marian Kotleba, governador da região de Banska Bystrica (centro) e líder do partido popular de extrema direita 'Nossa Eslováquia'.
Ao fim da manifestação, foram registrados incidentes entre grupos pequenos e as forças de ordem, que detiveram 140 pessoas, segundo a agência eslovaca TASR. Na estação de trem de Bratislava, homens não identificados atacaram com garrafas e pedras uma família árabe.