Jornal Estado de Minas

Argentina cria registro de feminícidios, após passeata inédita

AFP

A Argentina contará com um registro nacional de feminicídios, uma das principais reivindicações da inédita marcha contra a violência de gênero, realizada em diferentes partes do país, na última quarta-feira, 3 de junho - anunciou o governo nesta sexta.

Milhares de pessoas foram às ruas em Buenos Aires e em 110 cidades argentinas - com reflexos no Uruguai, Chile e México.

A mobilização popular aconteceu após o macabro assassinato de uma adolescente de 14 anos. Segundo estatísticas não oficiais, a cada 31 horas uma mulher é morta pelo parceiro, ou ex-parceiro.

A Secretaria de Direitos Humanos da Nação informou que foi formada, nesta sexta, "a Unidade de Registro, Sistematização e Acompanhamento de feminicídios e homicídios agravados pelo gênero", que reunirá os casos ocorridos em todo o território.

O novo órgão "contribuirá para o desenvolvimento de políticas públicas precisas em matéria de prevenção de violações aos direitos humanos específicos das mulheres em geral e dos feminicídios", explicou a Secretaria, em um comunicado.

Segundo a ONG Casa do Encontro, em 2014, houve na Argentina pelo menos 277 feminicídios, deixando 330 crianças sem mãe.