Em protestos populares que ocorrem há uma semana o Exército tem servido como um intermediário entre os manifestantes e a polícia, que é acusada de utilizar munição letal para dispersar a multidão. Pelo menos seis pessoas morreram nesses confrontos, segundo a Cruz Vermelha, três delas na explosão de uma granada na capital, nesta sexta-feira. Novas manifestações estão marcadas para esta segunda-feira (04).
O presidente Nkurunziza, que é da etnia Hutu, foi eleito de forma indireta em 2005. Em 2010, venceu novamente, desta vez pelo voto popular, mas em uma eleição sem rivais. Aliados dizem que ele poderia buscar a reeleição, já que da primeira vez foi colocado no cargo pelo Parlamento, e não por voto direito.
Embora a crise desta vez seja política, observadores temem a repetição do conflito entre as etnias Hutu e Tutsi, que terminou em 2003, após dez anos, com um saldo de mais de 250 mil mortos. "As atuais instituições estão tentando enterrar os acordos de Arusha. Essa atitude nos levará diretamente para o inferno", afirmou o ex-presidente Domitien Ndayizeye, que ficou no poder entre 2003 e 2005.