Jornal Estado de Minas

Pelo menos 56 mortos em naufrágio de pesqueiro no extremo oriente da Rússia

AFP

Pelo menos 56 pessoas morreram no naufrágio de um navio pesqueiro com 132 pessoas a bordo nesta quinta-feira no mar de Ojotsk, no extremo oriente da Rússia, provavelmente por uma colisão.

O naufrágio, o mais letal de um pesqueiro em águas russas dos últimos anos, por causas ainda desconhecidas, provocou uma gigantesca operação de resgate.

A missão nas águas geladas da região conta com a presença de 1.300 pessoas, em 26 embarcações e um helicóptero e permitiu salvar 63 pessoas, segundo as autoridades.

As buscas cobrem uma área de 8.500 km2.

Das 132 pessoas a bordo do navio, 13 continuam desaparecidas, mais de 13 horas depois do naufrágio do "Dalny Vostok", que aconteceu pouco antes das 6H30 (17H30 de Brasília, quarta-feira) nas costas da península de Kamchatka.

A temperatura da água, próxima de zero grau, e a noite na região deixam poucas esperanças de encontrar mais sobreviventes.

O "Dalny Vostok" era um pesqueiro industrial de 5.700 toneladas e 104 metros concebido para permanecer no mar durante vários meses. O barco pertencia a companhia Magellan LLC, baseada em Nevelsk, porto da ilha de Sakhalin.

De acordo com os investigadores, a bordo estavam 78 cidadãos russos, 42 birmaneses, cinco homens de Vanuatu, três da Letônia e quatro ucranianos. Mas as autoridades não divulgaram as nacionalidades das vítimas.

Os investigadores apreenderam a documentação dos proprietários do pesqueiro e começaram a ouvir diversas pessoas no porto de Nevelsk e em Vladivostok, de onde zarpou o "Dalny Vostok" em 3 de janeiro.

As autoridades privilegiam a hipótese de uma colisão, provavelmente com um objeto que danificou o casco do navo perto da casa de máquinas.

Tatiana Yujmanova, porta-voz do ministério de Situações de Emergência na região de Kamchatka, os afirmou que trabalhos devem prosseguir durante a noite com a ajuda de projetores de luz.

"Nove pessoas estão em situação grave, algumas inconscientes e outras em estado choque", disse a porta-voz, que citou vários casos de hipotermia provocada pela temperatura da água.

As pessoas em estado crítico serão levadas para Magadan, a 250 km do local do naufrágio e principal cidade desta região isolada do Extremo Oriente russo.

Até o momento, as autoridades não divulgaram informações sobre a nacionalidade dos mortos. Os corpos devem chegar em três dias ao porto de Korsakov, na ilha de Sakhalin. Mas algumas fontes confirmaram que entre as vítimas estão o capitão e seu adjunto.

Em dezembro do ano passado, o naufrágio de um pesqueiro no Mar de Bering, entre a Rússia e o Alasca, deixou 27 mortos e 26 desaparecidos.

.