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Estado de Minas

Anúncio sobre força conjunta pan-árabe gera muitas dúvidas


postado em 30/03/2015 16:10

O anúncio dos países árabes sobre a criação de uma força militar conjunta para combater grupos terroristas gera dúvidas a respeito da rapidez com que será colocada em andamento e, inclusive, causa um profundo ceticismo quanto à possibilidade de que venhar a se concretizar.

O presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, deu no domingo, durante a reunião da Liga Árabe, um prazo de quatro meses aos países integrantes para entrar em acordo sobre a composição da futura força conjunta e suas regras.

"A noção de verdadeira força árabe conjunta continua sendo uma aspiração, mais que uma realidade", opina Fredeic Wehrey, especialista do Instituto Carnegie Endowment for International Peace. "Enfrenta desafios de tipo prático, os receios políticos entre Estados árabes e, sobretudo, uma autêntica falta de treinamento", afirma.

Ainda há muitas questões a serem determinadas: quantos países dos 22 da Liga Árabe integrarão esta força? Quantos homens se mobilizarão? Com que armas? Quais serão as regras para intervir? Será uma força permanentemente sob um comando comum como a Otan?

"Não acredito que haja nada concreto no anúncio desta força" porque, "apesar das proclamações de unidade, há enormes divergências entre os árabes e isso é evidente na crise iemenita", considera James Dorsey, especialista em Oriente Médio na Rajaratnam School of International Studies de Cingapura.

A intervenção da coalizão liderada por Riad no Iêmen, onde bombardeia os rebeldes xiitas, ilustra os diferentes interesses de uns e outros.

Os países dominados pelos sunitas veem o avanço dos milicianos xiitas como uma nova demonstração da crescente influência do Irã na região, após os casos de Iraque, Síria e Líbano.

"O problema da força árabe é que pode ser vista como uma força árabe sunita. Deverá, portanto, demonstrar que suas ações não dependem de motivos confessionais, mas estratégicos e humanitários", explica Mathieu Guidère, especialista no mundo árabe na universidade de Toulouse (França).

Interesses divergentes

Aaron Reese, do Institute for the Study of War de Washington, acredita que "os países mais envolvidos (na operação no Iêmen), Arábia Saudita e Egito, também serão os que mais se envolverão nesta força conjunta.

"Temo, no entanto, que precisarão de mais de quatro meses para convencer os demais Estados que prometeram seu apoio", acrescenta.

O Egito tem o exército mais numeroso e entre os mais bem equipados da região, enquanto a Arábia Saudita se apoia em sua riqueza que lhe permitiu adquirir material muito sofisticado.

Mas, segundo Wehrey, o conflito no Iêmen também coloca em evidência os desafios militares que esta futura força terá pela frente. "Os exércitos árabes estão treinados para guerras convencionais, sua logística se baseia em ferramentas muito sofisticadas e prestigiosas mais adequadas para uma guerra convencional que para uma insurreição de pequenos grupos".

O que representa um problema, se for levado em conta que a Liga Árabe estabeleceu como objetivo prioritário a luta contra os grupos terroristas, em particular os jihadistas.


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