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Estado de Minas

Um dos pilotos do avião da Germanwings estava fora da cabine


postado em 26/03/2015 00:46

Após o início de um voo aparentemente normal, um dos pilotos do Airbus A320 da Germanwings que caiu nos Alpes franceses saiu da cabine e não pôde regressar, revelam as gravações da caixa-preta, segundo uma fonte ligada à investigação.

"No início do voo, é possível ouvir a tripulação falando normalmente, então se escuta o ruído de uma cadeira se movendo e a porta abrindo e fechando. Depois há ruídos que indicam alguém chamando na porta e não há mais diálogo a partir deste momento até a queda", disse a fonte, que teve acesso à caixa-preta, confirmando uma informação do jornal New York Times.

No final da gravação, ouve-se os alarmes que indicam a aproximação com a montanha, revelou a mesma fonte, acrescentando que não se sabe se foi o comandante ou o copiloto que saiu da cabine.

Outra fonte ligada ao caso disse à AFP que o copiloto havia entrado "recentemente para a companhia, no final de 2013" e tinha apenas "algumas centenas de horas de voo".

Após o acidente, a Germanwings informou que o comandante do avião era muito experiente, com mais de 6 mil horas de voo.

Na gravação, os dois conversam em alemão, mas a fonte não soube informar a nacionalidade do copiloto.

Segundo a companhia alemã Lufthansa, proprietária da Germanwings, "o avião estava tecnicamente em perfeito estado e os dois pilotos eram experientes".

As informações procedem das gravações de áudio contidas na caixa-preta encontrada - a cockpit voice recorder (CVR) - na terça-feira, pouco depois da catástrofe, e cujo conteúdo foi apurado nesta quarta.

O "envólucro" da segunda caixa-preta foi encontrado, mas "não a caixa-preta em si", informou mais cedo o presidente francês, François Hollande, que sobrevoou o local do acidente com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Familiares visitam local da tragédia

Nesta quinta, dois aviões com familiares das vítimas partem de Barcelona rumo a Marselha. De lá, o grupo segue para os arredores do local do acidente - anunciou o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr.

Helicópteros já começaram os primeiros voos para transportar os restos dos corpos encontrados até o momento. Segundo a Justiça francesa, a gigantesca operação de recuperação dos corpos pode durar "dias, até semanas".

Em Seyne-les-Alpes, foi montado um importante dispositivo de abrigo e apoio psicológico às famílias das vítimas, envolvendo hospedagem, alimentação, atendimento médico, entre outros.

A Interpol anunciou o envio de especialistas para auxiliar nas buscas e na investigação.

Hollande, Merkel e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, homenagearam as vítimas da tragédia no início da tarde desta quarta-feira, em Seyne-les-Alpes, nos Alpes franceses.

Visivelmente emocionados, os três conversaram com bombeiros e militares que participam das operações de busca na zona. Depois, foram para uma capela onde, longe da imprensa, prestaram uma homenagem às 150 vítimas. Entre os mortos, há vários alemães e espanhóis.

Um momento de recolhimento também aconteceu frente à montanha, na aldeia próxima de Le Vernet, de onde se pode ver o local da catástrofe. Antes de chegar, Hollande e Merkel sobrevoaram a área da queda do avião.

Hollande prometeu "esclarecer" as circunstâncias da tragédia, enquanto Angela Merkel considerou que "é bom ver que, nessas horas tão difíceis, permanecemos juntos e unidos pela amizade".

Se fará todo o necessário para "encontrar, identificar e entregar os corpos das vítimas às famílias", prometeu o presidente francês.

"Trabalharemos juntos e investigaremos juntos, como deve ser enquanto europeus, mas, sobretudo e antes de tudo, enquanto seres humanos", ressaltou Mariano Rajoy, que escreveu "não nos esqueceremos nunca de vocês" no livro de condolências.

Durante a visita dos três líderes europeus, as prefeituras das duas pequenas comunas vizinhas do local do acidente propuseram um monumento em memória das vítimas.

"Temos um vilarejo de 150 habitantes, e há 150 vítimas. Então, para nós, é como se todo o vilarejo tivesse sido arrasado de uma só vez da face da Terra", afirmou um dos prefeitos, François Balique, que dirige a localidade de Le Vernet.

Difícil operação de resgate

A perigosa operação para recuperar os destroços do aparelho foi retomada logo ao amanhecer de quarta-feira. A tarefa será complexa, em consequência da dispersão de partes do avião em uma ampla área montanhosa de difícil acesso entre Digne-les-Bains e Barcelonette (Alpes da Alta Provença).

O Airbus A320 da Germanwings caiu na terça-feira em uma área com montanhas que chegam a 3.000 metros de altitude. A aeronave seguia de Barcelona, na Espanha, para Düsseldorf, na Alemanha, com 144 passageiros e seis membros da tripulação a bordo.

Segundo o general francês David Galtier, "os pedaços de corpos humanos localizados não são maiores do que uma pequena maleta".

Alemanha e Espanha foram os países mais atingidos pela catástrofe aérea, a pior registrada na França em mais de 30 anos.

Entre as vítimas, estão 72 alemães, incluindo dois bebês e 16 adolescentes de Haltern (noroeste da Alemanha), que retornavam, ao lado de duas professoras, de um intercâmbio escolar na Espanha.

Em homenagem aos colegas de classe, os alunos de Haltern depositaram flores e velas nas escadas do colégio.

"É uma tragédia que me deixa sem voz, com a qual deveremos aprender a viver", declarou o diretor do estabelecimento, Ulrich Wessel. "Ontem, éramos muitos, hoje estamos sozinhos", dizia um cartaz colado pelos alunos em uma mesa de pingue-pongue.

A lista de passageiros também incluía o nome de pelo menos 51 espanhóis, segundo o governo de Madri.

De acordo com as autoridade francesas, as vítimas eram de 18 países. Entre os mortos, há dois colombianos, três argentinos, dois mexicanos - um deles com dupla nacionalidade (mexicano-espanhola) -, uma chilena e três americanos, de acordo com informações divulgadas pelos respectivos governos.


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