A cidade japonesa de Sendai recebe a partir deste sábado uma conferência organizada pelas Nações Unidas para debater ideias sobre como contra-atacar as catástrofes naturais ampliadas pela mudança climática.
A conferência, que segue até quarta-feira, abriu seus trabalhos no dia seguinte em que um ciclone tropical causou muita destruição no Estado insular de Vanuatu, no Pacífico Sul, onde pode ter causado também dezenas de mortes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que apresentou seus pêsames neste sábado ao presidente de Vanuatu e expressou sua solidariedade para com os habitantes do arquipélago.
"O que vamos discutir aqui hoje é algo muito real para milhões de pessoas no mundo", afirmou Ban em um discurso, no qual destacou que o aumento dos fenômenos atmosféricos extremos, como o aquecimento global, se acelerou nos últimos dez anos.
"A redução de desastres é uma prioridade na defesa contra os efeitos da mudança climática, é um investimento inteligente para os negócios e um sábio investimento para salvar vidas", acrescentou.
Um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desestres (UNISDR) calculou entre 250 e 300 bilhões de dólares anuais as perdas econômicas mundiais causadas pelos desastres.
"Dois terços das catástrofes naturais proveem da mudança climática", enfatizou, por sua parte à AFP, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
A França vai receber a próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, em dezembro, em Paris.
"Um êxito em Sendai pode deixar bem as coisas bem assentadas para Paris", afirmou.
A conferência de Sendai é inaugurada três dias depois do quarto aniversário do terremoto de magnitude 9 que abalou o nordeste do Japão, resultando num tsunami que arrasou o litoral e deixou 19.000 mortos, gerando, além disso, uma catástrofe nuclear na la central de Fukushima.
Com centenas de organizações envolvidas, espera-se que cerca de 40.000 pessoas cheguem a Sendai, impulsionando o turismo local.
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe prometeu, em seu discurso inaugural, 4 bilhões de dólares de ajuda externa nos próximos quatro anos para a prevenção de desastres, que incluirá a construção de infraestruturas e de satélites meteorológicos.
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