As medidas de segurança foram reforçadas nas instalações diplomáticas e bases militares norte-americanas antes da publicação do relatório que, no entanto, omite o conteúdo mais sensível.
O trabalho é fruto de uma investigação que durou mais de três anos, entre 2009 e 2012, com o objetivo de revelar detalhes sobre o programa criado em segredo pela CIA para interrogar os detidos suspeitos de ligações com a Al Qaeda e que incluía simulações de afogamento e privação de sono. "O presidente acredita que é importante que seja publicado, para que as pessoas dos Estados Unidos e de todo o mundo compreendam exatamente o que se passa", explicou Josh Earnest, porta-voz de Barack Obama, que acabou com o programa quando chegou à Casa Branca em janeiro de 2009.
Reconhecendo que não há "um bom momento" para publicar um documento desse tipo, Josh Earnest disse ser indispensável a sua divulgação para assegurar que os fatos não voltem a ocorrer. O relatório foi aprovado, em dezembro de 2012, por uma comissão do Senado que, em abril deste ano, votou a favor da divulgação de um resumo de 500 páginas.
O coronel do Exército Steve Warren, porta-voz do Pentágono, disse que "há certamente a possibilidade de que a divulgação do relatório possa causar tumultos" e, portanto, comandos combatentes foram instruídos a adotar medidas de proteção.
Autoridades norte-americanas que leram o documento disseram que ele traz detalhes perturbadores sobre o uso, pela CIA, de técnicas como privação de sono, confinamento em pequenos espaços, humilhação e afogamento simulado. O relatório alega que esse tipo de interrogatório fracassou em relevar informações de inteligência importantes e que pudessem salvar vidas, conclusão contestada ex e atuais oficiais de inteligência, dentre eles o diretor da CIA, John Brennan.
O documento também avalia que a CIA mentiu sobre o programa secreto para autoridades da Casa Branca, do Departamento de Justiça e para comitês de supervisão do Congresso. O presidente Barack Obama disse "nós torturamos algumas pessoas".
Earnest disse que, independentemente de se foram obtidas informações importantes por meio dos interrogatórios, "o presidente acredita que o uso dessas táticas foi injustificável, que são inconsistentes com nossos valores e não nos deixou mais seguros"..