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Estado de Minas

Luke Somers, o jornalista assassinado no Iêmen que queria contar a vida de gente comum


postado em 06/12/2014 15:16

O jornalista americano Luke Somers, raptado pela Al-Qaeda no Iêmen e assassinado por seus sequestradores neste sábado durante uma operação para libertá-lo, queria contar a vida diária de gente comum.

O jovem de 33 anos chegou ao Iêmen há dois anos com a intenção de dar aulas. Mas o fotógrafo rapidamente passou a registrar imagens das ruas de Sana, capital iemenita, em um momento em que o país se via sacudido por uma crise política e por episódios de violência desde as eleições de 2012.

Fotógrafo freelance para a BBC, Somers trabalhava também para jornais locais, especialmente para o Yemen Times, onde era editor e tradutor antes de ser sequestrado nas ruas de Sana há 15 meses.

Somers dizia que queria contar as muitas histórias de iemenitas comuns, mostrando o seu dia a dia, seja em reuniões políticas ou em um hospital, acompanhando soldados feridos.

"É muito importante para o povo daqui saber que suas histórias são ouvidas e vistas", explicou à BBC.

Suas fotos, como as de vítimas das manifestações violentas no Iêmen, mostram que ele não tinha medo de chegar perto do fato. Certa vez, revelou à BBC que o "cheiro de morte" permanecia após o fim do trabalho.

Luke Somers e outro refém sul-africano foram assassinados neste sábado pela Al-Qaeda durante uma operação de forças americanas e locais para tentar libertá-los no centro do Iêmen.

Somers, que nasceu no Reino Unido mas que viveu a maior parte da vida nos Estados Unidos, havia dito à BBC que pretendia deixar o Iêmen em agosto de 2013, um mês antes de ser sequestrado.

- Respeito aos iemenitas comuns -

Antes de sua morte, seu irmão Jordan o descreveu como "alguém de bem". "Simplesmente tenta fazer coisas boas para a população iemenita", explicou em um vídeo no início da semana em que acompanhava sua mãe, Paula.

"Nossos corações estão contigo, sentimos saudades e te amamos. Tudo o que queremos é voltar a te ver e te ter seguro em nossos braços", disse ela.

"Ele fazia de tudo para proteger e respeitar as pessoas comuns e fez muitos grandes amigos no Iêmen", acrescentou Jordan.

O jornalista freelance Tik Root, que esteve com Somers no Iêmen, disse que ele era "um rapaz discreto", embora suas fotos não tivessem nada de discreto, segundo ele.

"Seu trabalho tem uma visão cativante sobre um país que raramente é objeto de atenção mundial. Demonstra também o amor profundo e persistente (de Somers) por este país", avaliou.

Seu assassinato, que Barack Obama classificou de "bárbaro", acontece alguns dias depois de Somers ter aparecido em um vídeo dizendo que sua vida corria perigo e pedindo ajuda. Em outro vídeo, seus sequestradores o ameaçavam de assassinato.

"Busco qualquer ajuda que me permita sair daqui. Estou seguro de que minha vida está em risco", desabafou Somers.


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