De acordo com a proposta, a Assembleia Geral deve estabelecer um comitê, aberto à participação de todos os membros, para negociar uma nova estrutura legal durante a atual legislatura, que termina em setembro de 2015. A ideia é convidar outros órgãos da ONU, instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o setor privado, a sociedade civil e acadêmicos para contribuir com o trabalho do comitê.
A embaixadora da Argentina na ONU, Maria Cristina Perceval, disse ao Comitê Econômico que a resolução será "um enorme avanço da comunidade internacional" para permitir que todos os países possam participar das negociações para a criação do novo mecanismo legal. "Eu tenho certeza de que ninguém aqui nesta sala gostaria que a reestruturação de dívidas soberanas fosse deixada a critério de agentes especulativos ou dos imorais 'fundos abutres'", comentou.
A representante dos EUA, Terri Robl, expressou preocupação de que a resolução "estabeleça um mandato para um processo custoso na ONU para resolver questões que já estão sendo abordadas em outras instituições internacionais", incluindo o FMI e a Associação Internacional dos Mercados de Capital. A diplomata italiana Cecilia Piccioni, que falou em nome da União Europeia, disse que o FMI é o principal fórum para discutir reestruturações de dívidas soberanas. Segundo ela, a UE não vai participar das discussões para a criação de um novo mecanismo legal.
A Argentina está envolta em uma longa batalha judicial com credores dos EUA sobre bônus que não entraram nas reestruturações de dívida promovidas pelo país após o calote de 2001.