Uma fábrica de destruição de armas químicas, construída pelo Japão na China, começou a neutralizar nesta segunda-feira o maior estoque de munições abandonado pelo exército imperial japonês ao final da Segunda Guerra Mundial.
A estrutura começou a funcionar na região de Harbaling, no nordeste da China, onde ficava o local mais importante de enterro de armas químicas deixadas pelos militares japoneses, explicou à AFP, em Tóquio, um funcionário do governo japonês.
As instalações de destruição funcionam com mão-de-obra chinesa e japonesa em um dos poucos exemplos de cooperação entre os dois países no tema sensível das responsabilidades de Tóquio por seu papel durante a guerra.
"O abandono destas armas representa um dos crimes mais graves cometidos pelos invasores militaristas japoneses durante a invasão da China", afirmou um funcionário chinês não identificado, citado no domingo pela agência de notícias chinesa Xinhua.
China e Japão assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre a Proibição de Armas Químicas em 1997.
Foram registradas armas químicas abandonadas pelo Japão em várias dezenas de locais da China, o que representa um risco real para a segurança da população e o meio ambiente locais.
No mês passado, o Japão realizou, em cooperação com a China e conforme as disposições da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OACI), operações de escavação e recuperação de armas químicas.
Uma vez recuperadas, estas armas foram armazenadas em depósitos provisórios na China.
O processo de destruição será longo e complexo: a maioria das munições, de calibres diferentes, está corroída. Algumas estão deformadas e é, por isso, difícil desmontá-las.
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