O projeto, que ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento israelense, tem sido alvo de críticas segundo as quais ele vai minar o caráter democrático do Estado; para alguns grupos defensores dos direitos humanos, a nova lei é racista.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse que a lei de nacionalidade é necessária para ancorar a natureza judaica e democrática do Estado.
A discussão entre os membros do gabinete de governo, liderado pelo partido direitista Likud, foi acalorada. Dois ministros centristas votaram contra o projeto e disseram que apresentá-lo neste momento delicado deverá levar a uma escalada nas tensões com os palestinos. As últimas semanas foram marcadas pela intensificação das construções de assentamentos somente para judeus em terras palestinas e por ataques violentos de palestinos contra judeus, seguidos por demolições de residências de palestinos considerados suspeitos.
O ministro das Finanças, Yair Lapid, que é líder do partido centrista Yesh Atid, disse que o projeto "é uma lei ruim, elaborada numa linguagem ruim". Depois de votar contra o projeto, seu partido realizou uma reunião de emergência para discutir novas medidas. A ministra da Justiça, Tzipi Livni, do movimento Hatnuah, de centro-direita, também votou contra o projeto.
Em sua forma atual, o projeto determina o reconhecimento da natureza judaica de Israel, institucionaliza a lei religiosa judaica como a base para toda a legislação e remove o árabe das línguas oficiais do país. Os árabes, cerca de 20% da população de Israel, são fortemente contra o projeto.
A violência ocorrida nas últimas semanas está centrada em um dos locais mais sagrados de Jerusalém, o Monte do Templo, onde ficam dois dos lugares mais sagrados para os muçulmanos, a mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha.