As previsões mais otimistas preveem uma participação de dois milhões de pessoas no máximo, já que os partidos favoráveis ao "não" estão promovendo a abstenção. Mais de 1,1 milhão de pessoas participaram na votação até meados do dia. "Milhares de cidadãos e cidadãs estão participando de forma livre para manifestar sua opinião sobre o futuro político da Catalunha", afirmou a número dois do executivo regional, Joana Ortega, ao anunciar os primeiros dados da participação.
Para o chefe do governo nacionalista Artur Mas, esta votação é apenas um passo para conseguir uma verdadeira consulta de valor legal. "Nós merecemos o direito de votar em um referendo definitivo e isso é algo que deve ser entendido em Madri", afirmou, antes de depositar seu voto em Barcelona.
A votação transcorria tranquila, mas a polícia prendeu cinco pessoas que causaram danos em uma das seções eleitorais em Girona (norte da região). Os incidentes aconteceram quando cinco pessoas entre 21 e 34 anos entraram na escola de Hotelaria de Girona perturbando os cidadãos que estavam votando e destruindo urnas e outros materiais usados no processo de consulta.
Essa votação marca a escalada da tensão entre o presidente Mas, comprometido com o processo de independência, e o executivo central de Mariano Rajoy, que considera a consulta ilegal. Ao contrário do Reino Unido, que em 18 de setembro permitiu um referendo em que os escoceses rejeitaram a secessão, Rajoy conseguiu suspender a votação em duas ocasiões recorrendo ao Tribunal Constitucional.
Mas depois de desistir do referendo oficial, Mas ordenou esta votação sem valor jurídico e a manteve, apesar do veto do governo, em uma manobra que pode ser considerada desobediência civil. Amparando-se na liberdade de expressão do povo catalão, convocou a votação improvisada e que não possui qualquer tipo de acompanhamento oficial.
O dia é histórico para a região orgulhosa de seu idioma e sua importância econômica, ja que representa quase um quinto do PIB espanhol.
Uma alta mobilização reforçará a posição separatista visando a negociar um referendo oficial com Madri ou, inclusive, empreender um processo unilateral de ruptura com a Espanha como defende o partido separatista ERC..