Jornal Estado de Minas

Vídeo que mostra assédio nas ruas de NY viraliza

AFP

Um vídeo que mostra uma mulher sendo abordada por homens em ruas de Nova York se espalhou pela Internet, trazendo de volta o debate sobre o assédio sofrido por mulheres e grupos minoritários.

A gravação de dois minutos mostra a atriz Shoshana B.

Roberts, andando de calça jeans escura justa e camiseta preta por Manhattan, enquanto uma série de homens a importuna com frases como "ei, linda" e "ei, baby".

Quando a atriz não se manifestava, era repreendida por ser rude e ouvia comentários para que sorrisse, ou que deveria agradecer pelo elogio.

Em um certo momento, o vídeo mostra Shoshana nitidamente amedrontada com um homem que andou ao seu lado na calçada, em silêncio, por 5 minutos.

Produzido para a organização sem fins lucrativos "Hollaback!", dedicada a combater o assédio nas ruas, "10 Hours of Walking in NYC as a Woman" (do inglês, "dez horas andando por NYC como uma mulher") já teve mais de 9 milhões de acessos no Youtube desde sua postagem na terça-feira.

No vídeo, disponível em , a atriz passou por pelo menos 100 situações de assédio verbal em dez horas, relataram os organizadores. Ela também sofreu inúmeras abordagens, como piscadelas e assobios.

O movimento afirma que mulheres, pessoas negras, homossexuais e transgêneros são, em particular, suscetíveis ao assédio nas ruas, o que deixa as vítimas vulneráveis a ataques.

Rob Bliss realizou a filmagem com uma câmera escondida em sua mochila, enquanto caminhava na frente de Roberts. Ele disse à AFP que tinha a intenção de mostrar aos homens como é realmente o assédio nas ruas em plena luz do dia e como as pessoas se sentem.

"Você pode rapidamente se sentir como um objeto, e isso é horrível", lamentou.

"Eu queria dar um pouco de apoio às mulheres e falar sobre suas experiências pessoais. Na maioria das vezes, elas não podem fugir dessas situações", acrescentou.

Shoshana afirmou que essa é uma realidade diária para ela. "Sou assediada quando sorrio e quando não sorrio. Sou assediada por homens brancos, negros e latinos.

Não tem um dia em que eu não passe por isso", comentou.

"O vídeo mostra que outras pessoas têm suas próprias histórias, e nós mostramos para elas como isso é frequente", afirmou a atriz, em conversa com AFP por telefone.

Ela denunciou que recebeu ameaças por e-mail, mas destacou que maioria dos comentários foi "positiva".

"A maioria das reações por e-mail foi positiva, mas, infelizmente, algumas poucas foram negativas, dizendo que queriam me ferir, ou me matar. Vou à polícia, porque não me sinto segura", admitiu.

O assédio sexual nas ruas também é uma realidade na América Latina. Sobre esse tema, no blog "Focus" da AFP, a repórter de vídeo Celeste Jones descreve o assédio sofrido pelas jornalistas mulheres, sobretudo, durante as coberturas esportivas. O relato pode ser acessado em: https://u.afp.com/6o8.

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