O governo propôs aos estudantes um novo encontro para tentar buscar uma solução à crise mais grave na ex-colônia britânica desde a devolução à China, em 1997. Os manifestantes exigem a renúncia do chefe do Executivo, Leung Chun-ying, e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal no território.
A China aceitou o princípio do sufrágio para eleição do próximo chefe do Executivo em 2017, mas deseja manter o controle das candidaturas. Os estudantes consideram que o governo foi muito vago.
"Quanto a saber se as discussões serão retomadas, isto é algo que ainda deve ser decidido", declarou o secretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong, Alex Chow. "O governo deve encontrar uma forma de resolver este problema, mas não propõe nada de concreto", completou.
Os manifestantes protestaram nas ruas e desde 28 de setembro ocupam três bairros de Hong Kong, o que afeta consideravelmente as atividades deste centro do capitalismo financeiro internacional. Os estudantes não pretendem abandonar o movimento, ao menos por enquanto.
Boicote na China
A Liga Comunista da Juventude Chinesa abriu uma consulta que propõe um boicote aos artistas que apoiam o movimento pró-democracia em Hong Kong. Mais de 200.000 internautas já haviam respondido à iniciativa. O pedido de boicote tem como alvos principais os atores Anthony Wong e Chapman To, assim como a cantora Denise Ho, muito famosos na China.
A Liga, poderoso órgão do Partido Comunista responsável por promover a ideologia entre os jovens, abriu a consulta em sua conta oficial em uma rede de microblogs. A inciativa sugere uma censura na internet aos artistas que apoiam os manifestantes de Hong Kong e neutralizar suas contas de microblogs. Muitos artistas, de Hong Kong ou Taiwan, adotaram, no entanto, uma posição prudente ante as manifestações na ex-colônia britânica..