Jornal Estado de Minas

Protestos em Hong Kong são assuntos internos da China

Em resposta ao pedido americano por moderação de Pequim, governo chinês afirmou que protestos não têm nada a ver com os Estados Unidos

AFP

Os protestos em Hong Kong não têm nada a ver com os Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em resposta ao pedido americano para que Pequim tenha moderação com os manifestantes.


"Este governo chinês declarou muito firme e claramente sua posição. Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China", ressaltou Wang Yi durante um encontro com o secretário dos Estados Unidos, John Kerry, em Washington.


"Todos os países deveriam respeitar a soberania da China e isso é um princípio básico nas relações internacionais dos governos", afirmou Wang.


"Creio que qualquer país, qualquer sociedade, não permitiria estes atos ilegais que violam a ordem pública. Isso é o que ocorre nos Estados Unidos e essa é a mesma situação em Hong Kong", afirmou o diplomata.


Em sua resposta, no entanto, Kerry reiterou seu apelo para que as autoridades de Hong Kong atuem com moderação diante dos protestos nesta ex-colônia britânica, onde dezenas de milhares de manifestantes exigem o sufrágio universal sem limites.


Kerry também pediu "respeito ao direito dos manifestantes de expressar sua opinião de forma pacífica", e insistiu no apoio dos Estados Unidos ao sufrágio universal em Hong Kong.


O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, já havia pedido na segunda-feira moderação às autoridades de Hong Kong e aos manifestantes.


A campanha de desobediência civil em Hong Kong, território que possui mais liberdades políticas do que no restante do país, ganhou força no último final de semana, tornando-se o maior movimento de protesto desde que o território foi devolvido à China em 1997.


Milhares de manifestantes pró-democracia voltaram às ruas de Hong Kong nesta quarta-feira, dia nacional na China, determinados a dar uma nova demonstração de força, enquanto cresce o apoio internacional a seu movimento.


Os manifestantes denunciam a repressão de Pequim, exigem o sufrágio universal sem condições e não aceitam que nas eleições de 2017 as autoridades chinesas mantenham o controle sobre os candidatos ao cargo de chefe de Governo local.