"Quero pedir desculpas sinceras pelo email enviado inapropriadamente pelo SWB UK", diz a nova mensagem. "Peço desculpas por isso e pelo fato de ter sido enviada a todos vocês". O email foi enviado aos 38 bolsistas que ingressaram na universidade em 2013. "Entendo a frustração e a confusão que isso pode ter causado, especialmente pela dedicação que todos vocês tiveram".
O email é assinado por Sara Higgins, do Departamento Internacional Latinoamericano da universidade. Sara disse que já havia solicitado ao parceiro do CsF o envio de mensagem com as desculpas, mas que o recado só havia chegado a oito dos intercambistas. Sara salientou que, em nenhum momento do ano passado, a universidade contactou o SWB UK pedindo que enviasse reclamação a todos os estudantes.
Na primeira mensagem, a SWB UK dizia ter sido "contactada pela Universidade de Southampton, devido ao número considerável de reclamações em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos" e que a universidade cogitou "deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro". O estágio é um componente central da bolsa e também um elemento obrigatório.
Em resposta à Agência Brasil, Sara informou que a universidade "está orgulhosa em fazer parte do Ciência sem Fronteiras e que espera receber número cada vez maior de estudantes de alta qualidade". Ela ressaltou que a universidade recebeu 18 estudantes em 2012, 38 no ano passado e receberá outros 33 no fim deste mês. Localizada na cidade de Southampton, na Costa Sul do Reino Unido, a universidade ocupa posição de destaque no ranking de instituições voltadas para a pesquisa.
Conforme os bolsistas, tanto em Southampton quanto em programas de outros países há casos de estudantes que utilizam o dinheiro público para fins não acadêmicos. Muitos atribuem isso à falta de controle das atividades desempenhadas e ao fato de que, em muitos casos, não têm de prestar contas do que fazem.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, informou que esse controle é de responsabilidade dos "parceiros internacionais capacitados", aos quais cabem "fazer o acompanhamento dos estudantes quanto a problemas de relacionamento com a universidade, de adaptação à cultura, problemas de saúde e de desempenho acadêmico". Conforme o CNPq, isso ocorre em todos os países conveniados ao CsF.
Em coletiva de imprensa, ontem, a presidenta Dilma Rousseff disse que os estudantes que não se dedicam "estão desmerecendo o país, lamentavelmente".
O CsF foi lançado em 2011, com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores, além de incentivar a visita de jovens pesquisadores qualificados e professores seniores ao Brasil. Oferece, prioritariamente, bolsas nas áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e de saúde. A meta é oferecer 101 mil bolsas até o fim deste ano. Antes de cumprir a meta, Dilma anunciou uma segunda etapa, com mais 100 mil bolsas, a serem implementadas até 2018..