Um juiz espanhol prolongou nesta segunda-feira por 72 horas a detenção dos pais de Ashya King, o menino britânico de 5 anos que tem um tumor cerebral e foi retirado do hospital sem autorização, e pediu um relatório médico urgente sobre o estado da criança.
O juiz da Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, Ismael Moreno, questionou os pais Brett King, de 51 anos, e Naghemeh King, de 45 anos, detidos no sábado pela polícia no sul da Espanha e que se negaram a ser extraditados para o Reino Unidos, segundo uma fonte judicial.
Foi uma funcionária do Hostal Esperanza da cidade de Benajarafe, a menos de 30 km de Málaga, no sul da Espanha, que avisou à polícia que a família foragida se encontrava na localidade.
As autoridades da Grã-Bretanha, da França e da Espanha procuravam há dois dias Ashya, retirado por seus pais na quinta-feira do hospital de Southampton, no sul da Inglaterra, no qual estava internado, contra a opinião dos médicos.
Para as autoridades britânicas, era vital encontrar o menino, que se desloca em cadeira de rodas e não pode se comunicar.
A vida de Ashya, operado pela última vez há sete dias, depende de uma sonda nasogástrica que permite que ele se alimente.
"Como podem ver, não tem nenhum problema, está muito feliz desde que o tiramos do hospital", afirmou o pai, Brett King, de 51 anos, em um vídeo publicado no sábado no YouTube por um dos irmãos de Ashya.
Nas imagens é possível ver o menino, com a sonda, nos braços do pai, que afirma tê-lo tirado do hospital para buscar um tratamento que o serviço público de saúde britânico NHS não oferece no momento.
"Sorri muito, interage conosco e queria dizer a razão pela qual o tiramos do hospital", declarou Brett King no vídeo.
Ele explicou que buscavam no exterior um tratamento de radioterapia que utiliza prótons e que o serviço público britânico NHS não oferece, segundo ele.
"Estamos profundamente comovidos ao descobrir hoje que seu rosto está por toda parte na internet e nos jornais e que fomos qualificados de sequestradores, suspeitos de colocar sua vida em risco e de negligência", declarou.
"Fala-se muito deste aparelho e, como você pode ver, está conectado", acrescentou mostrando a sonda.
A Interpol havia divulgado na sexta-feira um alerta mundial aos seus 190 países membros.
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