A ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) prometeram neste sábado fornecer meios "sem precedentes" à Libéria para combater a propagação do vírus Ebola.
"Uma nova forma de coordenação permitirá garantir que os recursos adequados alcancem os setores que mais necessitam", completou.
A epidemia não tem precedentes desde a descoberta da doença, em 1976. A epidemia segue se propagando na Libéria, país mais afetado pelo vírus, ao mesmo tempo que a morte de 13 pessoas por uma febre "de origem indeterminada" na República Democrática do Congo provoca preocupação. A Costa do Marfim anunciou o fechamento das fronteiras terrestres com Guiné e Libéria, com o objetivo de "proteger o conjunto das populações, inclusive estrangeiras, que vivem em território marfinense". De acordo com o registro mais recente da OMS, de 20 de agosto, foram registrados 1.082 casos na Libéria, 624 deles fatais.
A Libéria é o país mais atingido pela epidemia, que também afeta Serra Leoa, Guiné e, em menor medida, Nigéria. No total morreram 1.427 pessoas. A OMS anunciou neste sábado que a capital liberiana, Monróvia, terá 500 leitos adicionais para lutar contra a epidemia de Ebola na Libéria. "A OMS se compromete a intensificar o trabalho com os sócios para construir centros médicos adicionais em toda a Monróvia e aumentar o número de leitos para o Ebola em mais 500 nas próximas seis semanas", declarou o diretor adjunto da OMS para a segurança sanitária, Feiji Fukuda.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que tem um centro com 120 leitos em Monróvia, informou na quinta-feira que pretendia ampliar o local para 400 no prazo de 10 dias.
A Libéria é considerada a nação menos preparada das quatro afetadas para enfrentar a epidemia, levando em consideração o número irrisório de médicos do país: 0,1 para 10.000 habitantes, contra 2,6 em média no continente africano, segundo a OMS. Além disso, o único crematório do país está lotado com dezenas de corpos recolhidos diariamente, segundo a Cruz Vermelha.
Na sexta-feira, várias fontes anunciaram os primeiros casos de Ebola no sudeste da Libéria, perto da fronteira com a Costa do Marfim. Esta era a última região da Libéria que não havia sido atingida pela epidemia, que afeta a África Ocidental desde o início do ano, afirmou George Williams, secretário-geral do sindicato dos profissionais de saúde do país. Duas pessoas morreram em Gbokon-Jelee, uma cidade do sudeste da Libéria que atrai um grande número de comerciantes de ouro, inclusive da Costa do Marfim..