Os 160 membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) não conseguiram adotar nesta quinta-feira o texto concluído em Bali, durante sua última conferência ministerial de dezembro de 2013, de um protocolo de acordo sobre Facilitação do Comércio internacional.
Os embaixadores tinham até 31 de julho à meia-noite (19h00 de Brasília) para chegar a um acordo.
"Não conseguimos encontrar uma solução que nos permitisse eliminar as divergências" em torno da adoção do protocolo relativo ao Acordo sobre Facilitação do Comércio, declarou o diretor geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo.
"Fizemos o possível, mas não conseguimos", acrescentou.
Azevêdo pediu que os membros "reflitam sobre as consequências desse contratempo".
Essa opinião foi compartilhada pelo embaixador americano na OMC, Michael Punke.
"Evidentemente, estamos tristes e decepcionados em ver que um pequeno punhado de países não estavam dispostos a cumprir os compromissos adquiridos na conferência de Bali em dezembro", acrescentou.
A embaixadora da Índia na organização se negou a responder as perguntas dos jornalistas.
Roberto Azevêdo havia se reunido durante o dia com os coordenadores dos grupos regionais na OMC para tentar desbloquear a situação.
O anúncio feito pela Índia, na sexta-feira passada, de que impediria a adoção do texto - um protocolo de acordo sobre a liberação do comércio internacional -, mergulhou a OMC em uma grave crise.
Os trabalhos do Conselho Geral estavam suspensos desde então à espera de uma solução.
O novo governo indiano questionou este acordo na semana passada e pediu que fosse negociada uma solução permanente sobre os estoques de alimentos até 31 de dezembro, quando em Bali a Índia havia aceitado uma moratória até 2017.
Na OMC, as decisões têm que ser adotadas por consenso e um único país pode bloquear o processo.
Estados Unidos, União Europeia e muitos países em desenvolvimento lamentaram a postura da Índia.