“Os desafios que o Mercosul tem pela frente decorrem de um processo de integração como é o nosso, com um quadro internacional com algumas instabilidades visíveis. Daí porque é importante fortalecer nossos mercados internos, mercados internos que foram ampliados de forma significativa pelas políticas de inclusão social e distribuição de renda que foram uma das marcas e motores do nosso desenvolvimento”, disse Dilma.
Sobre a construção de uma acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, a presidente informou que o assunto foi discutido entre os representantes do bloco sul-americano e que é preciso um intercâmbio equilibrado para que o acordo prospere. “No caso da negociação do acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia, nosso bloco já concluiu oferta compatível com os compromissos assumidos nas negociações de 2010. Esperamos agora que o lado europeu consolide a sua oferta. Essa negociação só poderá prosperar com um intercâmbio simultâneo de ofertas.”
Dilma manifestou solidariedade à Argentina, que enfrenta um desafio no processo de reestruturação da sua dívida soberana. Segundo ela, o processo atinge todo o sistema financeiro internacional.
“O problema que atinge hoje a Argentina é uma ameaça, não só para um país irmão, mas atinge todo o sistema financeiro internacional. Não podemos aceitar que a ação de alguns poucos especuladores coloquem em risco a estabilidade e o bem-estar de países inteiros.
No discurso, a presidente condenou a escalada da violência no conflito entre Israel e Palestina e defendeu um cessar-fogo imediato e permanente.
“Não podemos aceitar impassíveis a escalada da violência entre Israel e Palestina”, afirmou Dilma, lembrando que, desde o princípio, o Brasil condenou o lançamento de foguetes e morteiros contra Israel e reconheceu o direito israelense de se defender. Ela ressaltou, porém, que é preciso destacar a veemente condenação brasileira ao uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza. “O governo brasileiro reitera seu chamado a um cessar-fogo imediato, abrangente e permanente entre as partes”, completou.
Dilma considerou positivo o retorno pleno do Paraguai ao Mercosul e destacou a importância de avançar no livre comércio entre os países do bloco. A presidenta enfatizou ainda a importância de valorizar as relações do Mercosul com os países do Caribe e da América Central.
Os cinco presidentes dos países-membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela – reuniram-se nesta terça-feira, pela primeira vez no âmbito da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, em Caracas. No último encontro, em julho do ano passado, o Paraguai estava suspenso e, no anterior, a Venezuela ainda não havia ingressado no bloco..