Jornal Estado de Minas

Terror jihadista se espalha

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Bagdá – A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou os combatentes do grupo Estado Islâmico de executarem religiosos e outros líderes locais no Iraque, bem como professores e trabalhadores do setor de saúde, recrutarem crianças à força e estuprar mulheres, entre outros atos qualificados como crimes de guerra.

Um relatório da ONU destacou uma série de abusos cometidos contra civis, especialmente pelo Estado islâmico, embora tenha assinalado também que as forças iraquianas e combatentes aliados não tomaram medidas para proteger a população da violência. “Isso pode constituir crimes de guerra”, constatou o relatório.

Pelo menos 5.576 civis iraquianos morreram neste ano em decorrência da violência no país, disse a ONU, no mais detalhado relato sobre o impacto dos meses de agitação que culminaram no avanço de militantes sunitas pelo Norte do Iraque. Desde janeiro, pelo menos 11.665 pessoas ficaram feridas. A ONU descobriu que o grupo havia executado civis, cometido violência sexual contra mulheres e menina, realizado sequestros e promovido assassinatos de líderes políticos, comunitários e religiosos, além de ter matado crianças, entre outras violações.

O relatório também detalha violações cometidas por forças do governo e grupos afiliados, citando “execuções sumárias/extrajudiciais de prisioneiros e detidos”, fatos que, segundo a ONU, constituem crimes de guerra. A ONU notou que a “deteriorada situação de segurança” limitou sua capacidade de monitorar diretamente os casos e verificar incidentes. Mais de 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas desde que a violência aumentou no mês passado, de acordo com o relatório.

Ontem, os cristãos fugiam em massa da cidade de Mosul depois que as mesquitas divulgaram um ultimato dando a eles poucas horas para partir, informou o patriarca caldeu Louis Sako.
“Pela primeira vez na história do Iraque, Mosul está sem cristãos”, declarou. A maioria dos refugiados se dirigiram para Dohuk e Arbil, cidades situadas perto da região autônoma do Curdistão. Em uma declaração atribuída ao Emirado Islâmico, os jihadistas já haviam advertido na semana passada a minoria cristã em Mossul, segunda maior cidade do país, onde viviam 2 milhões de pessoas antes da ofensiva dos insurgentes sunitas em 9 de junho. “Ficamos chocados com a divulgação desse comunicado para que os cristãos se convertam ao islã, ou pague um imposto especial, ou deixem a cidade (...) e afirmando que depois disso suas casas pertenceriam ao Estado islâmico”, explicou Sako. O comunicado dizia: “Haverá apenas a espada” se os cristãos rejeitarem essas condições.

O grupo de monitoramento Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que os militantes do Estado Islâmico mataram 270 pessoas, incluindo soldados do regime sírio, guardas e funcionários, em um ataque para assumir o controle de um campo de gás na província de Homs. “A maior parte dos mortos foi executada a tiros quando estava rendida, após a tomada do campo de gás" por parte dos jihadistas, disse o diretor do OSDH Rami Abdel Rahman.

 

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