Dois anos e meio depois da retirada americana, os jihadistas conseguiram se apoderar de uma parte do noroeste do Iraque, na fronteira com a Síria.
Estas são as principais etapas de sua progressão, favorecida pelo conflito entre a minoria sunita e os xiitas no poder.
- 22 de dezembro de 2011: quatro dias depois da retirada americana, o Estado Islâmico no Iraque (EII ou ISI, em inglês), uma facção da Al-Qaeda, reivindica uma série de atentados em Bagdá (60 mortos).
O EII, autor de inúmeros atentados que se intensificaram ao longo de 2012, se encontra basicamente nas províncias de Al-Anbar, Nínive e Kirkuk. Nesta zona, uma insurreição jihadista causou inúmeras baixas nas tropas americanas entre 2003 e 2006, principalmente em Fallujah e Ramadi (oeste de Bagdá).
- 21 de dezembro de 2012: a minoria sunita, que se considera marginalizada pelo governo xiita, inicia manifestações em massa, que prosseguem durante todo o ano de 2013, principalmente na província de Al-Anbar.
Alimentada pela ira sunita e pelo conflito na Síria, a violência alcança seu nível mais elevado em cinco anos (9.475 civis mortos em 2013, segundo a ONG Iraq Body Count), o que faz temer a volta à sangrenta guerra interreligiosa de 2006-2007.
Os jihadistas atacam prisões e quartéis e colocam bombas em mercados, mesquitas e funerais.
As forças de segurança tentam reagir com operações antijihadistas. Washington se compromete em acelerar o fornecimento de mísseis Hellfire e de drones de vigilância.
- 2/4 de janeiro de 2014: os jihadistas controlam Fallujah e bairros de Ramadi. É a primeira vez que cidades importantes escapam ao controle de Bagdá desde a invasão americana. Quase 500.000 pessoas fogem dos combates, segundo a ONU.
Os jihadistas, alguns dos quais dizem pertencer ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL ou ISIS, em inglês), estão aliados a várias tribos sunitas hostis ao governo e aproveitam as zonas desérticas para se esconder. O EIIL é um grupo que surgiu do EII.
Pouco antes das legislativas de 30 de abril, apesar do cerco militar a Fallujah, o EIIL consegue travar combates perto de Bagdá.
- 5 de maio: os insurgentes atacam Samarra (110 km ao norte de Bagdá), uma cidade simbólica desde que um atentado contra um mausoléu xiita da região desencadeou uma guerra interreligiosa em 2006-2007. O exército, ajudado por membros de tribos, recupera a cidade após combates sangrentos.
Um mês depois, os jihadistas atacam a universidade de Al-Anbar em Ramadi e Mossul, segunda cidade do país, 300 km ao norte de Bagdá.
- 10 de junho: o EIIL e outros jihadistas se apoderam de Mossul e de sua província petrolífera de Nínive, provocando o êxodo de 500.000 pessoas, assim como de setores em duas províncias próximas, Kirkuk e Salahedin.
Maliki decide armar os cidadãos para lutar contra os insurgentes. O líder xiita Moqtada Sadr, cujos homens lutaram contra o exército americano, pediu a formação de brigadas de defesa de locais religiosos.
- 12 de junho: os jihadistas estão a menos de 100 km de Bagdá, depois de se apoderarem da cidade de Dhuluiya.
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