Jornal Estado de Minas

Argélia anuncia reeleição de Buteflika para 4º mandato

AFP

O presidente argelino, Abdelaziz Buteflika, foi reeleito para o quarto mandato com 81,53% dos votos, anunciou nesta sexta-feira o ministro do Interior, Tayeb Belaiz, ao final de uma eleição desprezada por quase a metade da população.

O principal adversário de Buteflika, Ali Benflis, recebeu 12,18% dos votos, segundo o ministro, que anunciou ainda uma taxa de participação de 51,7%.

"O povo escolheu em liberdade, em um clima de transparência e neutralidade", disse Belaiz.

Mas o opositor Benflis denunciou ao fim da votação "uma fraude em grande escala" e que não reconheceria os resultados.

O terceiro colocado, Abdelaziz Bélaid, obteve 3,03% dos votos, seguido pela deputada troskista Louisa Hanoun, com 1,37%.

O resultado obtido por Buteflika, de 77 anos e com a saúde muito abalada desde que sofreu um acidente vascular cerebral ano passado, foi inferior aos 85% de 2004 e aos 90% de 2009.

Buteflika votou em Argel em uma cadeira de rodas, e chegou sorridente à escola Bashir el-Ibrahimi em El Biar, ao lado de dois irmãos, entre eles Said, conselheiro especial do governo, e um sobrinho. Acenou para a imprensa, mas não fez nenhuma declaração.

Ainda em recuperação do acidente vascular cerebral que reduziu suas capacidades de fala e de mobilidade e o deixou por três meses no hospital Val-de-Grâce de Paris, Buteflika não aparecia em público desde 8 de maio de 2012.

Quase 23 milhões de argelinos estavam registrados para votar e escolher o presidente.

Os resultados anunciados por Belaïz deverão ser confirmados pelo Conselho Constitucional, que tem dez dias de prazo para examinar eventuais recursos.

Em seguida, Buteflika prestará juramente em uma cerimônia pública, "com a presença de representantes de todas as Altas instâncias" do país, "e assumirá imediatamente suas funções", como determina a Constituição.

Buteflika deverá agora cumprir sua promessa de campanha de "renovar a República" e colocar em marcha as reformas econômicas para que a Argélia se torne um país menos dependente do petróleo.

O presidente também prometeu trabalhar para reformar a Constituição com o objetivo de "fortalecer as liberdades coletivas e individuais, e os poderes do Parlamento e do primeiro-ministro", disse à AFP seu diretor de campanha, Abdelmalek Sellal.

Segundo Sellal, o presidente "dará poder à geração da independência" em um país de 40 milhões de habitantes, a maioria jovens, mas controlado por dirigentes septuagenários.

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